Kerollen Cunha e Nancy Gonçalves foram indiciadas por racismoPedro Ivo / Agência O Dia
Publicado 14/11/2023 10:52
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Rio - As influenciadoras Kerollen Cunha e Nancy Gonçalves, que publicaram vídeos onde aparecem entregando uma banana e um macaco de pelúcia para duas crianças negras, foram indiciadas por racismo, nesta segunda-feira (13).
Segundo a delegada Rita Salim, titular da Delegacia de Crimes Raciais e de Delitos de Intolerância (Decradi), o inquérito policial foi concluído na última semana e enviado, nesta segunda-feira (13), ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).

O caso veio à tona após a advogada Fayda Belo, especialista em direito antidiscriminatório, denunciar o caso nas redes sociais. Em um vídeo, ela chama a atitude das influencers de "racismo recreativo", que se trata da prática disfarçada de humor, quando alguém usa de "discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão".

Nos vídeos, as duas, que são mãe e filha, pedem para as crianças abordadas nas ruas escolherem entre o presente ou dinheiro. Em dois casos específicos, quando as crianças optam pelo presente, ambas negras, uma ganha uma banana e outra um macaco de pelúcia.
Kerollen e Nancy, que possuem uma conta conjunta nas redes sociais, somam mais de 1 milhão de seguidores no Instagram e 13 milhões de inscritos no Tiktok. Na época, em nota, as influenciadoras afirmaram que "não haviam intenção de fazer qualquer referência à temáticas raciais ou à discriminação de minorias".
Denúncia de coação
Na época, a Decradi instaurou um novo inquérito para investigar a denúncia de coação no caso envolvendo as influenciadoras após a mãe de uma das crianças dizer Kerollen e Nancy ofereceram dinheiro e cesta básica à mulher para que ela não denunciasse o caso. De acordo com a delegada responsável, as investigações seguem em andamento.
Bloqueio das redes sociais

Em junho, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) determinou que as redes sociais das influenciadoras fossem bloqueadas. Na decisão, a juíza Juliana Cardoso Monteiro de Barros também pediu que o conteúdo investigado pela Polícia Civil fosse retirado das plataformas.

"Destaca vídeo amplamente divulgado na imprensa em que uma das requeridas distribuiu banana e um macaco de pelúcia a crianças negras, inferindo a prática de racismo, objeto de investigação pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, sendo necessária a apuração pelo Ministério Público quanto a possíveis infrações ao ECA, em razão dos vídeos expondo crianças, adolescentes e idosos a situações vexatórias e degradantes", escreveu a magistrada da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Comarca de São Gonçalo.
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