Publicado 14/11/2023 18:34 | Atualizado 14/11/2023 19:42
Rio - A Marinha do Brasil apresentou, na tarde desta terça-feira (14), os sistemas que possibilitam a visualização das informações de navios em tempo real para ajudar na capacidade de monitoramento ativo do tráfego marítimo durantes as ações da operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Durante a apresentação, o comandante do Grupo Marítimo Rio, Ricardo Morata, destacou que o trabalho de inteligência unindo as esferas federal, estadual e municipal é o primeiro passo para o sucesso da GLO.
"A segurança é uma sensação e posso garantir que essa sensação já aumentou. Os indicadores são importantes, mas a segurança é intangível. O grande legado dessa GLO é justamente a troca de informações que ocorrem por meio de comitês nas esferas federal, estadual e municipal. Comitês e subcomitês de inteligência e operações. Isso é um trabalho hercúleo, grande e de base, que vai permitir colher frutos no futuro. Nessa GLO, estão mobilizados cerca de 120 meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais", afirmou.
O contra-almirante Pedro Augusto Heine explicou o funcionamento do Centro de Controle do Tráfego Marítimo, localizado na Praça Barão de Ladário, no Centro do Rio. Os militares recebem informações de diversos agentes de segurança e tem capacidade de monitorar o tráfego marítimo em toda a costa brasileira, chamada de "Amazônia Azul".
"As informações chegam aos nossos militares durante 24 horas por dia, recebendo informações da Polícia Federal, órgãos investigativos internacionais, sistemas satelitais e sensores espalhados pela costa de modo a permitir que tudo isso seja processado e nós cheguemos a conclusão, por exemplo, um dado de que há um veleiro navegando dentro de águas brasileiras com produtos ilícitos e precisa ser interditado. Nós mandamos um navio com um pessoal da Polícia Federal também embarcado - é um trabalho de investigação interagências - e o navio faz a inspeção da embarcação, constatando ou não a presença do ilícito", disse Heine.
O sistema permite que a Marinha localize e identifique todas as embarcações na costa, podendo perceber se há algum comportamento anormal. Além disso, a Baía de Guanabara conta com um sistema de câmeras integrado com o Portos Rio que promove a verificação de toda a movimentação na região. O planejamento é de que esse sistema seja instalado nos principais portos e baías do país.
"Estamos falando continuamente com o comando da operação de GLO, passando as informações úteis de inteligência interagências, como Receita Federal e Polícia Federal, que nos alimentam com informações relevantes. Essas informações vão para quem está coordenando as atracações nos portos envolvidos, de modo a selecionar quais navios devem ser verificados e inspecionados. Assim como o trânsito de embarcações menores, no qual utilizamos o sistema que é mais visual dentro da Baía de Guanabara. Nós temos cerca de 10 câmeras de alta resolução que permitem o monitoramento constante de movimentações de embarcações menores", revelou o Contra-Almirante.
"Nossa intenção é mostrar essa parte da Marinha que concentra as informações de tráfego marítimo para dar subsídios às nossas operações. Aqui é um grande centro concentrador de informações que vem de diversos locais diferentes e entram nesse sistema que chamamos de Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul. Toda a Amazônia Azul é a área marítima adjacente ao território brasileiro. O que ocorre aqui dentro é necessário que nós tenhamos ciência do que está acontecendo, até para poder atuar quando atividades ilícitas estiverem acontecendo", concluiu.
O chefe substituto do Núcleo Especial de Polícia Marítima (Nepom) da Polícia Federal Michel Santiago afirmou que a GLO ajuda no reforço de efetivo das forças que integram a operação, assim como a PF. Ele contou que ainda não há balanço para as operações, mas afirma que estão em andamento.
"A operação tem muita presença, então o principal efeito foi inibir a prática de crimes na região. Por enquanto, não temos números de balanço concretos, em estatística. Estão acontecendo, tivemos operação em Itaguaí, na região do Brisa Mar. Então isso reflete todo o intuito da operação", complementou.
O superintendente da Receita Federal, Claudinei dos Santos, destacou a atuação em parceria com a Polícia Federal e a Marinha do Brasil. Ele comentou que a GLO também tem a função de prevenir que o crime ocorra, não só apreender produtos e materiais ilegais.
"Os órgãos estão integrados, a ação é conjunta e isso fortalece o Estado no combate ao crime organizado. Pelo lado da Receita Federal, também é importante destacar que o comércio regularmente constituído não está sendo afetado. Estamos monitorando a fluidez do comércio exterior e está normal. O foco da GLO é no combate ao tráfico de drogas e de armas. Ainda não há resultados de apreensões nesse esforço integrado, mas a presença [das forças de segurança] também inibe o crime", destacou.
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