Publicado 22/11/2023 20:53 | Atualizado 22/11/2023 21:00
Rio - A mulher enforcada pelo namorado Márcio George Gomes Neves, de 26 anos, relatou em depoimento à polícia que as agressões aconteceram porque ela queria ouvir música e o companheiro não deixava. Durante a discussão, às 18h desta terça-feira (21), o estudante de Matemática da UFRJ a arrastou para um quarto no alojamento da universidade, na Ilha do Fundão, Zona Norte, e a enforcou. A vítima está com dificuldades para falar e hematomas no pescoço.
O casal estava junto há um ano e meio e tem um filho de 6 meses, que estava no quarto ao lado onde aconteceram as agressões. De acordo com a vítima, Márcio sempre se mostrou uma pessoa agressiva, com surtos descontrolados, mas esta foi a primeira vez que as agressões se tornaram físicas. A jovem afirmou que não havia registrado ocorrência anteriormente porque acreditava que o namorado pudesse mudar o comportamento.
Márcio só teria parado de agredir a moça quando duas vizinhas escutaram um pedido de socorro e foram ao quarto do casal. O suspeito fugiu do local e as amigas acionaram a segurança da UFRJ, que as encaminhou à 37ª DP (Ilha do Governador).
Na distrital, a moça recebeu a informação de que o companheiro estava tentando registrar uma ocorrência contra ela por agressão. Os policiais, que já estavam desconfiados dos relatos de Márcio, ouviram a versão da namorada, das testemunhas e constataram as lesões que ela havia sofrido.
Segundo o delegado titular, Felipe Santoro, as declarações colhidas em sede policial não deixam dúvidas da tentativa de feminicídio cometida pelo suspeito. "Ele só não matou a vítima em razão da chegada das duas amigas da estudante. Nos chama atenção o fato do acusado ter comparecido, antes da vítima, na delegacia visando registro do ocorrido, com o fim modificar as circunstâncias do crime, evitando sua prisão em flagrante", explicou.
Márcio foi preso em flagrante e deve passar por audiência de custódia nesta quinta-feira (23). Em depoimento, a mulher disse que teme por sua integridade física e pediu por uma medida protetiva urgente. Tanto ela quanto as amigas acreditam que, se não fosse a intervenção, o namorado teria a matado.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.