Publicado 26/11/2023 17:21
Rio - A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga as circustâncias da morte de Guilherme Santos de Carvalho, de 18 anos. Ele levou um tiro durante um protesto na Avenida Brasil, altura da Vila Kennedy, na Zona Oeste. A manifestação aconteceu pouco depois da ação que terminou com a morte do morador Eberson Luiz Santos da Silva, após confronto entre PMs e bandidos dentro da comunidade.
Segundo informações da PM, um policial militar, que estava de folga e passava pela região, disser sido abordado por um homem na via. Ao ser questionado pelos policiais, o militar alegou ter sido "vítima de uma tentativa de assalto e que teria efetuado um disparo."
Neste domingo (26), a assessoria de imprensa da Polícia Civil divulgou que o autor do disparo foi ouvido e teve a arma apreendida para perícia. Buscas estão em andamento para esclarecer todos os fatos, informou, ainda a corporação.
Parentes e amigos de Guilherme, que trabalhava como auxiliar de mecânico numa oficina no Jardim Bangu, também na Zona Oeste, contaram que o jovem apenas participava do protesto contra a violência na Vila Kennedy. Duas irmãs, uma tia e o patrão do jovem estiveram, na manhã deste domingo (26), no Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto, no Centro, para reconhecer o corpo.
"Era um garoto trabalhador. Amado pela família e muito responsável. Estava trabalhando horas antes, até às 16h lá com a gente", afirmou Rodolfo Moreira, amigo e dono da oficina de motocicletas onde Guilherme trabalhava desde os 14 anos.
Ainda segundo relatos, o jovem teria saído de casa para comprar fraldas para a filha, de 1 ano, quando decidiu participar do ato em decorrência da morte do morador Eberson Luiz Santos da Silva.
Ainda segundo relatos, o jovem teria saído de casa para comprar fraldas para a filha, de 1 ano, quando decidiu participar do ato em decorrência da morte do morador Eberson Luiz Santos da Silva.
"Tenho certeza que ele [Guilherme] não era criminoso e que não faria nada. Muito menos assaltar. Não tem como ele ter feito isso. A única coisa que ficamos sabendo que ele fez, foi colocar uma camisa no rosto durante o protesto, assim como outros fizeram, mas isso não justifica", pontuou Rodolfo.
A ocorrência inicialmente ficou a cargo da 34ª DP (Bangu). A PM informou que vai acompanhar as investigações.
Outra morte na região
O sábado de terror na Vila Kennedy também foi marcado pela morte de Eberson Luiz Santos da Silva. Segundo a assessoria da Polícia Militar, policiais militares do 14° BPM (Bangu) realizavam um patrulhamento na Rua Viúva Guerreiro, quando foram atacados a tiros por criminosos da localidade. A comunidade é dominada por traficantes da facção Comando Vermelho.
Em nota, a corporação afirmou que, "de acordo com o comando da unidade, houve confronto e logo após a troca de tiros os agentes prenderam um dos envolvidos no ataque à guarnição. Com ele foram apreendidos dois carregadores, um porta carregador e uma quantidade de material entorpecente. Posteriormente, os agentes encontraram um morador ferido no local do confronto. O mesmo foi socorrido pelos policiais até o Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, para que pudesse receber o atendimento médico necessário. A ocorrência ficou a cargo da 34ª DP (Bangu). Cabe informar que o comando do 14° BPM (Bangu) instaurou um procedimento apuratório para analisar as circunstâncias do fato."
Procurada, a Polícia Civil informou neste domingo que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi acionada e investiga a morte de Eberson. "Os policiais militares envolvidos na ação foram ouvidos e as armas foram apreendidas para perícia. Diligências estão em andamento para esclarecer todos os fatos", dizia a nota.
Eberson trabalhou, até junho de 2023, como maqueiro da UPA de Costa Barros, na Zona Norte. Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio informou que "a unidade lamenta o ocorrido e se solidariza com a família".
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