Agentes do MP efetuaram a prisãoBanco de imagens / Arquivo O Dia
Publicado 30/11/2023 16:03
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Rio - A Corregedoria da Polícia Militar enviou, nesta quinta-feira (30), ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) um inquérito policial militar (IPM) que apura a relação de 18 agentes com um empresário preso por lavar dinheiro do tráfico de drogas. De acordo com a investigação, foram identificadas mensagens entre os PMS e Tiego Raimundo dos Santos Silva, o 'TH das Joias', combinando serviços de segurança e até mesmo venda de armas. A maioria dos envolvidos seria lotada no 9º BPM (Rocha Miranda).
As conversas entre os envolvidos indicam que esses trabalhos de segurança eram feitos durante o serviço regular, ou seja, usando viaturas, fardamento e armas da própria Polícia Militar. Nos registros, alguns dos agentes se referem ao empresário como "chefe" ou "chefão".

Em outra troca de mensagens reveladas no boletim da PM, os agentes pontuam detalhes da dinâmica do suposto trabalho "por fora" contratado por Tiego. O serviço parecia ser feito por turnos e contava com viatura estacionada e circulando na rua onde mora o designer de joias, com sinal sonoro sendo ligado no momento da ronda.
Além da atuação indevida, também foi registrada uma troca de mensagens entre um dos PMs e o empresário negociando um fuzil AK.04 juntamente com cinco carregadores pelo preço de R$ 55 mil.
Todas as mensagens trocadas foram retiradas de um celular de Tiego apreendido no momento da prisão, em 2017, quando foi alvo de uma operação que apurava o crime de lavagem de dinheiro para o tráfico. De acordo com as investigações, o designer de joias teria praticado o crime a serviço da facção Terceiro Comando Puro (TCP). 

O empresário, conhecido por fabricar joias para famosos, dentre eles Neymar e o ex-jogador Adriano, atualmente é suplente de deputado estadual e secretário executivo do partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB). De acordo com o TRE, Tiego obteve mais de 15 mil votos nas eleições de 2022.
Ao DIA, o MPRJ disse que a 2ª Promotoria de Justiça, junto à Auditoria da Justiça Militar, devolveu para a PM, em agosto, o inquérito para a continuação das investigações e o documento ainda não retornou para o órgão O MDB também foi procurado sobre o caso e não se manifestou. 
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