Marquinho de Oswaldo Cruz junto aos passageiros do Trem do SambaReginaldo Pimenta / Agência O Dia
Publicado 02/12/2023 17:07
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Rio - A 28ª edição do Trem do Samba acorreu neste sábado (2), no Dia Nacional do Samba. A iniciativa, comanda por Marquinhos de Oswaldo Cruz e considerada patrimônio da agenda cultural carioca, reuniu amantes do gênero musical em uma viagem dentro dos vagões que sairam da Central do Brasil em direção ao bairro de Oswaldo Cruz, Zona Norte do Rio de Janeiro.
Neste ano, o evento homenageou os senhores e senhoras guardiãs da memória samba. O primeiro trem, destinado a convidados, saiu em direção a Oswaldo Cruz às 18h04, mas a celebração começou às 15h, no palco Dona Ivone Lara, montado na Central do Brasil, com shows do anfitrião, Marquinhos de Oswaldo Cruz, e da velha guarda da Mangueira, Portela, Salgueiro, Vila Isabel e Império Serrano.
A jornalista Daniele Corrêa, de 51 anos, aproveitou o evento pela primeira vez e não esconde a animação. "Estou emocionada. Ao mesmo tempo envergonhada de ser carioca e nunca ter vindo prestigiar tamanha expressão cultural de nossa cidade. Agora virei freguês (risos). Estou sambando sem parar!", disse.
Daniele compartilhou ainda como o Trem do Samba a ajudou em um momento delicado. "Ver as velhas guardas das escolas com mais de 60, 70 anos cantando com toda emoção como se fosse a primeira vez... Samba cura qualquer coisa! Eu que estava 'borocoxô' com o coração partido, já esqueci (risos). Acabou no primeiro refrão do Salgueiro", revelou.
A advogada Lia Girão, de 54 anos, relatou que esteve presente na edição de 2017 do evento e contou qual era sua expectativa para esse ano. "Hoje ainda está começando, mas promete. A expectativa é pelo trem mesmo. Será mais tarde!", afirmou, no início do evento.
E a iniciativa tem agradado o público presente. "Já participei outras vezes. É a melhor edição, a organização está impecável", elogiou a professora e psicopedagoga, Andréa Cristina Cabral, de 49 anos.
Sobre o Dia Nacional do Samba, Daniele reforçou: "Devia ser todo dia! Mas que sirva para ensinar as gerações mais novas todo respeito por este ritmo ancestral que embalou tantas dores e hoje se transformou neste mantra de alegria por onde passa".
Andréa, por sua vez, afirmou: "Sou negra, moradora da zona oeste e o samba sempre esteve presente na minha vida. Desde criança as festas na minha casa acabavam em samba, com o passar dos anos o meu amor pelo samba só aumentou, em função do ilustre Cartola, Alcione, Beth Carvalho, Jovelina Pérola Negra e a rainha Dona Ivone Lara. Pode parecer piegas, mas lhe afirmo que meu coração não bate, ele samba. Salve o samba e tudo que ela representa".
Os outros dois comboios partiram às 18h34 e às 19h04, com sambistas distribuídos pelos vagões animando a viagem. O transporte saiu da plataforma 2 da Central do Brasil. Ao chegar no destino final, a festa continuou pelas ruas de Madureira com outros shows.
Confira a programação:
O palco D. Ivone Lara, na Central do Brasil, às 15h, recebeu Marquinhos de Oswaldo Cruz, banda e Velhas-Guardas. Às 18:04h sairam os trens para a estação Oswaldo Cruz. Em Madureira, o palco Mestre Candeia, na Rua João Vicente, recebeu os shows de Projeto Criolice, Lazir Sinval e Grupo Fundo de Quintal. Já no palco Tia Doca, montado na Rua Átila da Silveira, Terreiro de Crioulo, Mauro Diniz e Leci Brandão abrilhantaram a festa. No palco Ary do Cavaco, na Praça Paulo da Portela, a Velha-Guarda da Portela, Fabiana Cozza e Martinho da Vila animaram a população.
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