Publicado 12/12/2023 14:01
Rio - A Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) deu início a uma audiência com o secretário estadual de Segurança Pública (Seseg), o delegado federal Victor Cesar Carvalho dos Santos, na manhã desta terça-feira (12).
O delegado reconheceu que os quadros das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro sofrem com defasagem e precisam, hoje, de mais de 20 mil PMs e 5 mil policiais civis.
Após a declaração, os parlamentares relembraram as regras do concurso das polícias: caso houvesse um neste ano, os novos agentes só iriam para as ruas no final de 2025.
Atualmente, o Rio de Janeiro conta com 43 mil PMs e 8 mil policiais civis na ativa. Além da defasagem, Santos também reconheceu que os agentes enfrentam escassez de recursos material e pessoal.
"Temos problemas em relação a concursos, que demoram, exigem dinheiro. Isso é a médio e longo prazo. Estamos readequando o efetivo e isso é o nosso grande desafio. Não podemos tratar a Segurança Pública como casuísmo", disse.
Os deputados estaduais debatem o plano de ações com o objetivo de reduzir a criminalidade durante o verão. O encontro foi marcado após os recentes acontecimentos em Copacabana, como o aumento de furtos e a agressão sofrida por um empresário durante um arrastão.
Ainda segundo o secretário, é necessário atacar a estrutura financeira das organizações criminosas para controlar a criminalidade desenfreada no Rio.
"O armamento bélico no Rio é uma realidade e temos responsabilidades. Sempre dizemos que só se combate quando ataca a estrutura financeira do crime e isso faz com que ele perca a capacidade de compra, corrupção", disse.
O secretário ainda falou sobre os autodenominados "justiceiros" - grupo criado para combater os assaltos no bairro. Através das redes sociais, os integrantes, que planejam "caçar" os suspeitos de roubo empregando táticas agressivas, afirmam que moradores andam desprotegidos nas ruas da região.
Na audiência, ele reafirmou que não se combate o crime fazendo justiça com as próprias mãos e que a secretaria trata a todos como criminosos.
"Qualquer cidadão pode repelir uma agressão. Mas, daí ir à rede social convocar pessoas para fazer rondas e espancar outras, isso não podemos tolerar", afirmou.
Com o objetivo de identificar criminosos, a secretaria também está buscando uma integração com as empresas de ônibus que atuam no Rio e com o efetivo da Guarda Municipal.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.