Publicado 24/12/2023 12:01
Rio - Desempregado e há cerca de um ano vivendo nas ruas do Centro do Rio, Gilberto Rocha Rosa, de 60 anos, ganhou de presente de Natal a esperança para reerguer sua vida e construir uma nova história. Um dos primeiros a aderirem ao Programa Seguir em Frente, da prefeitura do Rio, o auxiliar de enfermagem tem agora um lar e foi contratado como agente redutor de danos. Agora, o novo trabalhador da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) vai ajudar pessoas como ele, que perderam tudo, mas estão recebendo uma nova oportunidade.
No último sábado (23), durante a inauguração da RUA Sonho Meu (Residência e Unidade de Acolhimento), em Cascadura, na Zona Norte do Rio, Gilberto não parava. Exibindo orgulhoso o crachá com sua foto, nome e função destacados, ele corria de um lado para outro, orientando os colegas nas atividades do dia. Na RUA Sonho Meu, todos os abrigados têm a chance de aderir a estágios em que executam serviços e recebem bolsas proporcionais às horas ocupadas. O objetivo é preparar e qualificar as pessoas em situação de rua para que, num futuro próximo, possam ser encaminhadas ao mercado de trabalho formal e seguir suas vidas com autonomia.
Gilberto já tinha uma qualificação profissional e foi na conversa com os profissionais de saúde que contou sua história e ganhou a chance da contratação pela organização gestora da RUA Sonho Meu. Na maior parte de sua vida de auxiliar de enfermagem, ele conta que trabalhou em home care, cuidando de pacientes idosos. Mas quando o trabalho acabava, tinha dificuldade de pagar o aluguel, como ocorreu da última vez, que acabou tendo que entregar a casa e ir dormir na Praça da Cruz Vermelha. Foi lá que ouviu falar do PAR Carioca (Ponto de Apoio na Rua) que a SMS estava montando perto dali.
"Eu estava em situação de rua devido à falta de trabalho. Usei álcool e drogas. Nas ruas, a gente era tratado à margem, como vagabundos. Mas muitos que estão na rua não são a margem, inclusive gostariam de estar inclusos à sociedade. Aqui estou vendo muitos dos que estavam comigo lá e que não são vagabundos, agora estão trabalhando, se reintegrando", diz Gilberto.
O novo agente redutor de danos da SMS passará o Natal e os próximos dias ainda abrigado na RUA Sonho Meu, onde também trabalha, mas já faz planos para um futuro bem próximo. Ele quer voltar à convivência da família, reencontrar filhos, netos e irmãos, de quem se afastou devido à situação de estar vivendo nas ruas. E, em breve, com o salário recebido, poder pagar o aluguel e ter de volta uma casa para dar continuidade a sua vida, e seguir em frente.
Programa Seguir em Frente
O Programa Seguir em Frente é o plano de ação e monitoramento para efetivação das medidas de proteção à população em situação de rua na cidade do Rio de Janeiro. O planejamento estabelece diversas medidas de acolhimento, assistência social e saúde para o cuidado e diagnóstico desse grupo populacional mais vulnerável. O objetivo é criar condições para a ressocialização, promovendo a reinserção no mercado de trabalho e resgatando a cidadania. Três novos equipamentos foram inaugurados pela Secretaria Municipal de Saúde no contexto do programa: o PAR Carioca (Ponto de Apoio na Rua), no Centro, para atrair e dar um primeiro acolhimento à população em situação de rua; a RUA Sonho Meu (Residência e Unidade de Acolhimento) e o CAPSad III Dona Ivone Lara, que funcionam integrados em Cascadura.
A proposta do projeto é, em cinco fases sequenciais, criar condições para que as pessoas saiam das ruas para unidades de acolhimento; promover o tratamento de saúde que cada um precise; dar ocupação remunerada, no próprio projeto, em atividades de interesse público ou em instituições parceiras; construir um futuro com a preparação para o mercado de trabalho e geração de renda; conquistar autonomia para deixar o programa e seguir em frente, reinserido na sociedade e com a cidadania resgatada.
Gilberto já tinha uma qualificação profissional e foi na conversa com os profissionais de saúde que contou sua história e ganhou a chance da contratação pela organização gestora da RUA Sonho Meu. Na maior parte de sua vida de auxiliar de enfermagem, ele conta que trabalhou em home care, cuidando de pacientes idosos. Mas quando o trabalho acabava, tinha dificuldade de pagar o aluguel, como ocorreu da última vez, que acabou tendo que entregar a casa e ir dormir na Praça da Cruz Vermelha. Foi lá que ouviu falar do PAR Carioca (Ponto de Apoio na Rua) que a SMS estava montando perto dali.
"Eu estava em situação de rua devido à falta de trabalho. Usei álcool e drogas. Nas ruas, a gente era tratado à margem, como vagabundos. Mas muitos que estão na rua não são a margem, inclusive gostariam de estar inclusos à sociedade. Aqui estou vendo muitos dos que estavam comigo lá e que não são vagabundos, agora estão trabalhando, se reintegrando", diz Gilberto.
O novo agente redutor de danos da SMS passará o Natal e os próximos dias ainda abrigado na RUA Sonho Meu, onde também trabalha, mas já faz planos para um futuro bem próximo. Ele quer voltar à convivência da família, reencontrar filhos, netos e irmãos, de quem se afastou devido à situação de estar vivendo nas ruas. E, em breve, com o salário recebido, poder pagar o aluguel e ter de volta uma casa para dar continuidade a sua vida, e seguir em frente.
Programa Seguir em Frente
O Programa Seguir em Frente é o plano de ação e monitoramento para efetivação das medidas de proteção à população em situação de rua na cidade do Rio de Janeiro. O planejamento estabelece diversas medidas de acolhimento, assistência social e saúde para o cuidado e diagnóstico desse grupo populacional mais vulnerável. O objetivo é criar condições para a ressocialização, promovendo a reinserção no mercado de trabalho e resgatando a cidadania. Três novos equipamentos foram inaugurados pela Secretaria Municipal de Saúde no contexto do programa: o PAR Carioca (Ponto de Apoio na Rua), no Centro, para atrair e dar um primeiro acolhimento à população em situação de rua; a RUA Sonho Meu (Residência e Unidade de Acolhimento) e o CAPSad III Dona Ivone Lara, que funcionam integrados em Cascadura.
A proposta do projeto é, em cinco fases sequenciais, criar condições para que as pessoas saiam das ruas para unidades de acolhimento; promover o tratamento de saúde que cada um precise; dar ocupação remunerada, no próprio projeto, em atividades de interesse público ou em instituições parceiras; construir um futuro com a preparação para o mercado de trabalho e geração de renda; conquistar autonomia para deixar o programa e seguir em frente, reinserido na sociedade e com a cidadania resgatada.
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