Doador recebe uma barra de sabão a cada litro de óleo doadoReprodução
Publicado 28/12/2023 20:56 | Atualizado 28/12/2023 21:14
Rio - Um projeto da Escola Técnica Estadual Juscelino Kubitschek (ETEJK), no Jardim América, Zona Norte do Rio, está prestes a completar 10 anos focando em sustentabilidade, educação e solidariedade. Idealizado dentro da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), a iniciativa prevê a criação de um preparatório comunitário a partir da reciclagem de óleo de cozinha utilizado nas residências do bairro. Entre 2014 a 2022, foram coletados 13,7 mil litros da material.
O projeto "Faetequinho: Elos Sustentáveis por uma Educação de Qualidade" também busca a inserção dos moradores da região para dentro da escola técnica. Com isso, mais de 270 jovens da comunidade participaram da atividade e receberam um curso gratuito de matérias cobradas no processo seletivo para ingressar na Faetec, instituição vinculada à Secretaria Estadual de Educação (Seeduc).
Em 2014, o professor Maicon Lisboa, então diretor da unidade escolar, abraçou a ideia da docente Caroline Porto sobre desenvolver uma atividade para a redução do descarte incorreto de óleo de cozinha nos rios da cidade.
Na mesma época, em diálogo com os moradores, identificou uma dificuldade dos jovens do bairro em acessar à ETE. O ingresso é por concurso e a maioria dos alunos aprovados residia em outras localidades, muitos dos quais provenientes de escolas particulares. Diante disso, criaram o projeto para atender às duas demandas.
"Naquele mesmo ano, uma grande campanha de recolhimento foi realizada, resultando na arrecadação de 5 mil litros de óleo", conta Maicon Lisboa.
Parte do material recolhido é transformado em sabão e entregue aos doadores do projeto, enquanto restante é vendido para uma cooperativa que trabalha com reciclagem. O dinheiro arrecadado é utilizado para subsidiar o pré-técnico comunitário voltado aos moradores da região, que engloba as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. O curso é mantido em parceria direta com as escolas municipais Herbert Moses e Zélia Braune.
"Esse projeto nasceu da vontade dos alunos em criar ideias que ajudassem o ambiente que eles viviam. De início, a coleta de óleo era só para diminuir o impacto nos rios, fico imensamente grata por ele ter se desenvolvido para algo que beneficia também a educação da população do entorno da escola. Após dez anos, ver o que ele se tornou, me faz perceber que valeu a pena", explica Caroline Porto, idealizadora do projeto e docente de Gestão Ambiental da unidade desde 2011.
Chegando aos 10 anos, a iniciativa recebe novamente o reforço do professor Maicon Lisboa, que inclui na campanha a instituição privada na qual é coordenador. A escola contribuiu com uma doação superior a 350 litros de óleo, estabelecendo o recorde de maior arrecadação de um único local neste ano. 
Para integrar no curso preparatório, os interessados devem realizar uma prova de nivelamento. A taxa da matrícula são dois litros de óleo e, em caso de aprovação, os alunos levam mais dois litros por mês como uma espécie de mensalidade. 
A coleta é realizada durante todo ano e pode ser entregue na secretaria da escola. O doador recebe uma barra de sabão a cada litro doado. Para participar, basta entrar em contato com a página no instagram do projeto @elosjk.
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