Publicado 02/01/2024 12:39
Rio - O secretário de Estado de Governo do RJ, Bernardo Rossi, defendeu, durante entrevista coletiva no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), nesta terça-feira (2), o endurecimento das leis para combater a criminalidade no estado. Um levantamento da Secretaria de Governo do Rio com dados entre 1º de janeiro e 30 de junho de 2023 aponta que quase 80% dos presos em flagrante por roubo e furto em Copacabana, na Zona Sul do Rio, e na Barra da Tijuca, Zona Oeste, possuem antecedentes criminais.
No período analisado, foram 148 prisões ou apreensões registradas, das quais 117 eram de suspeitos que já haviam cometido um crime anteriormente. O índice de reincidência é de 79%. Na Barra da Tijuca, o homem com mais passagens pela polícia é Carlos Eduardo de França. Aos 47 anos, ele soma 24 anotações criminais e foi abordado pelos agentes do Barra Presente seis vezes. Em 2015, foi detido pela primeira vez no Méier, por roubo. Carlos Eduardo foi preso pela última vez no dia 26 de outubro deste ano acusado de furto, mas foi liberado pela Justiça no dia 1 de novembro. Ele já esteve detido 17 vezes.
Já em Copacabana, Antônio Alberto Castro, de 36 anos, é o suspeito com mais passagens, com 17 acusações entre furto, roubo e receptação. Em um mês, ele foi detido e solto três vezes. Atualmente, ele está preso por ter sido reconhecido num furto, em fevereiro, em Copacabana.
Para o secretário de Estado do Governo, Bernardo Rossi, os números são alarmantes e o endurecimento das leis é necessário. "O número de criminosos reincidentes é muito grande. As polícias nunca prenderam tanto, mas não adianta o policial levar o preso para a delegacia e ver o mesmo saindo pela porta de frente depois de uma audiência de custódia. Não estamos aqui falando do judiciário porque eles estão cumprindo as leis, estamos falando que há necessidade do endurecimento das leis", ressaltou.
O secretário de Segurança Pública do RJ, Victor César, afirmou que ações já estão sendo realizadas para encontrar uma solução para o alto índice de reincidência. "Primeiro, estamos chamando todos os atores que trabalham na percepção criminal pra gente buscar uma solução de minimizar esse impacto na segurança pública. Vamos chamar o Ministério Público e a Justiça para que a gente encontre alguma solução junto. E também, o próprio governador tem sugestões de mudança na legislação, a fim de endurecer um pouco mais e fazer com que a reincidência não seja tão grande", pontuou.
Uma das medidas propostas pelo secretário é disponibilizar os dados referentes aos suspeitos abordados para o judiciário. "O que a gente quer que chegue até o judiciário quando um sujeito é levado até a delegacia, preso e encaminhado para a Justiça, que eles possam acompanhar dados do Segurança Presente, onde mostra que aquele indivíduo, por diversas vezes, foi abordado. Esses dados chegarão até o judiciário para que possa ter uma avaliação que aquele sujeito é reincidente, e pratica aquele tipo de crime naquele bairro. Isso vai ajudar um melhor convencimento do juiz de que aquele sujeito precisa ficar preso", explicou.
A segurança em Copacabana foi reforçada nas últimas semanas, após as cenas aterrorizantes do grupo que agrediu e roubou um empresário em uma rua do bairro, no último dia 2 de dezembro. Depois do episódio, o secretário Bernardo Rossi, confirmou que haveria um aumento no número de abordagens na região. Além disso, Rossi informou que é preciso pensar em mecanismos para ajudar a Justiça a manter os acusados presos por um período maior.
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