Publicado 14/01/2024 13:03
Rio - Após o forte temporal que atingiu a cidade do Rio de Janeiro neste sábado (14), moradores de diversos bairros tiveram suas casas invadidas pela água e móveis completamente destruídos. A cidade segue no estágio 4, o quarto da escala de cinco, que indica ocorrências de grave impacto que atingiram o município. Nas ruas, um rastro de destruição foi deixado pela chuva, que inundou hospitais, estações de metrô e até carregou veículos.
A dona de pensão Edileuza do Carmo do Nascimento, moradora do bairro da Pavuna, na Zona Norte, revelou que mora em frente ao Rio Pavuna e teve sua casa tomada após as águas transbordarem. Segundo ela, foi a primeira vez em anos que houve o transbordo do rio. "Ele foi enchendo e enchendo, até que nossos esgotos foram começando a dar retornos porque os nossos dão dentro do rio. Como ele transbordou, a água foi voltando e entrando para dentro das casas", explicou.
De acordo com Edileuza, a água se estendeu por toda a sua casa e, por isso, acabou perdendo sua geladeira, fogão, móveis do quarto e o rack da sala. "As redondezas aqui perderam tudo. Todo mundo perdeu muita coisa. [...] A situação é muito [desesperadora]. Meu filho mora aqui do lado no segundo andar. Quando vi a água entrando pela minha cozinha, eu comecei a gritar desesperada e fui para casa do meu filho", contou.
Diversos moradores perderam eletrodomésticos e móveis com o transbordo do Rio Pavuna. Segundo Edileuza, seu enteado perdeu tudo o que tinha dentro de sua casa, dando tempo apenas de retirar seus documentos e familiares de dentro da residência.
O jornalista e produtor Wesley Ramon, que mora em Acari, também teve a casa inundada pelas águas da chuvas, perdendo móveis e eletrodomésticos. "Não perdi tudo, mas ver minha casa assim é de doer o coração, na moral. Infelizmente, muitas pessoas estão perdendo tudo em Acari", contou em uma publicação.
"Acabei de chegar em casa, me sofá já era, meu rack, água veio mais ou menos na minha boca. Praticamente já era também. Aqui é o estado da geladeira, armário já era também. Mais um pouquinho e meu micro-ondas também ia. Meu outro sofá aqui em cima também pegou muita água. Complicado né. Espero que seja a última [enchente]. Se Deus quiser, vai me dar forças e trabalho para ter dinheiro para fazer minha obra aqui. Vai dar bom, se Deus quiser", contou em um vídeo, mostrando os danos causados pela chuva.
A estação de metrô Pavuna foi atingida pela água e o seu funcionamento teve que ser interrompido. As estações de Engenheiro Rubens Paiva, Acari, Fazenda Botafogo e Coelho Neto também estão temporariamente fechadas. De acordo com o MetrôRio, equipes de manutenção estão mobilizadas para atuar, após o escoamento da água, e restabelecer o mais breve possível o sistema metroviário.
Entre as estações de Botafogo e Acari, um carro caiu nos trilhos do metrô após ser arrastado pela força da água. Um guindaste da prefeitura teve que ser usado para içar o veículo da via metroviária e libera a passagem para que a circulação seja restabelecida o quanto antes.
O subsolo do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, onde funcionam a garagem e alguns setores operacionais e de manutenção, foi inundado devido à forte chuva que caiu na região. A energia do prédio foi desligada por segurança e todos os aparelhos de suporte à vida passaram a operar por suas baterias próprias, com grande autonomia e sem interrupção.
Os pacientes foram acompanhados de perto pelos profissionais de saúde. Ainda durante a madrugada, a Secretaria Municipal de Conservação e a Rioluz enviaram equipes e máquinas para drenar a água do subsolo, fazer a limpeza da área externa e para checagem e liberação da rede de energia da unidade. Já no meio da manhã, a eletricidade estava restabelecida na maior parte do hospital.
Em imagens feitas pela equipe do DIA, a garagem e salas do subsolo do hospital ficaram completamente cobertas pelas águas da chuva impedindo seu acesso por funcionários.
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