Publicado 22/01/2024 11:22
Rio - Mais uma peça histórica foi furtada do Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. Dessa vez foi o busto do jornalista e escritor Nelson Rodrigues (1912-1980), esculpido em bronze e que pesa 45kg. O crime foi constatado neste último final de semana, após o grupo S.O.S Patrimônio ter recebido a denúncia do sumiço da escultura. O caso foi parar na delegacia e os administradores do cemitério terão que prestar esclarecimentos.
Marconi Andrade, fundador da página que acompanha roubos e atos de vandalismos contra patrimônios no estado do Rio de Janeiro, desabafou sobre o o caso.
"Como você não preserva a memória de um cara como esse? Isso é grave. Você está perdendo uma luta, você está perdendo histórias, você está perdendo memória. Nós não podemos fazer isso, para gente não cometer erros no futuro", declarou Marconi.
O busto esculpido em bronze trazia Nelson Rodrigues ao lado de um de seus objetos de trabalho, um datilógrafo — máquina de escrever bastante utilizada nos séculos XIX e XX. Na obra, o jornalista ainda foi modelado com uma mão no rosto, como se estivesse pensando no seu próximo texto.
A Polícia Militar afirmou que não foi acionada para o caso. Já a Polícia Civil informou que a a 10ª DP (Botafogo) instaurou um inquérito para apurar os fatos e que os responsáveis pela administração do cemitério serão chamados para prestar esclarecimentos. A Riopax afirmou que atua ativamente na segurança de seus cemitérios e que providenciou a instalação de concertinas, aproximadamente mil metros, para dificultar o acesso de criminosos.
Marconi Andrade, fundador da página que acompanha roubos e atos de vandalismos contra patrimônios no estado do Rio de Janeiro, desabafou sobre o o caso.
"Como você não preserva a memória de um cara como esse? Isso é grave. Você está perdendo uma luta, você está perdendo histórias, você está perdendo memória. Nós não podemos fazer isso, para gente não cometer erros no futuro", declarou Marconi.
O busto esculpido em bronze trazia Nelson Rodrigues ao lado de um de seus objetos de trabalho, um datilógrafo — máquina de escrever bastante utilizada nos séculos XIX e XX. Na obra, o jornalista ainda foi modelado com uma mão no rosto, como se estivesse pensando no seu próximo texto.
A Polícia Militar afirmou que não foi acionada para o caso. Já a Polícia Civil informou que a a 10ª DP (Botafogo) instaurou um inquérito para apurar os fatos e que os responsáveis pela administração do cemitério serão chamados para prestar esclarecimentos. A Riopax afirmou que atua ativamente na segurança de seus cemitérios e que providenciou a instalação de concertinas, aproximadamente mil metros, para dificultar o acesso de criminosos.
Após o furto do busto, no entanto, o Cemitério São João Batista instalou cercas espirais, com lâminas cortantes, ao longo do muro. Veja algumas imagens.
Caso semelhante aconteceu em 2023
Essa não é a primeira grande peça levada do Cemitério São João Batista. Em novembro de 2023, uma estátua de bronze de 1,60 m e cerca de 120 kg, em homenagem ao escritor e médico Cláudio de Sousa (1876-1954), que fez parte da Academia Brasileira de Letras (ABL), foi furtada do mesmo local.
Ainda segundo Marconi, boa parte dos túmulos do São João Batista, cerca de 20% a 35%, já foram vandalizados.
"O problema todo é a perda histórica e cultural, porque se um cara rouba uma barra de bronze, numa fábrica, é uma coisa. Agora você roubar isso, a gente sabe que não vai voltar, porque isso é para ser derretido. Não é para a pessoa levar para casa, não é para vender como antiguidade. Isso é para ser derretido como bronze, né?”", concluiu Andrade.
Essa não é a primeira grande peça levada do Cemitério São João Batista. Em novembro de 2023, uma estátua de bronze de 1,60 m e cerca de 120 kg, em homenagem ao escritor e médico Cláudio de Sousa (1876-1954), que fez parte da Academia Brasileira de Letras (ABL), foi furtada do mesmo local.
Ainda segundo Marconi, boa parte dos túmulos do São João Batista, cerca de 20% a 35%, já foram vandalizados.
"O problema todo é a perda histórica e cultural, porque se um cara rouba uma barra de bronze, numa fábrica, é uma coisa. Agora você roubar isso, a gente sabe que não vai voltar, porque isso é para ser derretido. Não é para a pessoa levar para casa, não é para vender como antiguidade. Isso é para ser derretido como bronze, né?”", concluiu Andrade.
*Reportagem da estagiária Bruna Bittar, sob supervisão de Iuri Corsini
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