Publicado 01/02/2024 20:08 | Atualizado 01/02/2024 20:08
Rio - Diante da atual onda de casos de dengue que acomete o estado do Rio, infectologistas seguem alertando para os cuidados com a doença e informam os possíveis motivos. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou 20.064 casos notificados de dengue do início do ano de 2024 até esta quinta (1). No mesmo período em 2023, o estado teve 1.665 registros de dengue. Os dados fazem parte do painel do Monitora RJ, disponível no site da SES. Foram confirmadas até agora, duas mortes, incluindo uma idosa de 98 anos, em Itatiaia, e um homem de 33 anos, em Mangaratiba.
Ao DIA, o infectologista Rivaldo Venâncio, da Fiocruz, falou sobre as possíveis causas do aumento repentino dos casos de dengue. "Em primeiro lugar, temos que considerar o calor extremo e o crescimento da temperatura média durante esses meses de dezembro e janeiro. Associado ao aumento da temperatura estão as chuvas, e aliado a esses dois fenômenos temos os crônicos problemas de cuidado com o ambiente vistos no Rio. Um exemplo é a falta da coleta do lixo urbano, o que acaba deixando expostos objetos que podem acumular água e se tornarem potenciais criadouros do Aedes aegypti. Também falta uma mobilização para que a população cuide do seu quintal para evitar o acúmulo de água e cobre do poder público que assuma suas responsabilidades", destacou.
Segundo boletim divulgado nesta quarta-feira (31) pela SES-RJ, a doença avança com mais velocidade em cidades menores e mais próximas aos estados de Minas Gerais e São Paulo. Na Região Serrana, o número de casos está 14 vezes acima do esperado para o período, na Metropolitana (Capital e Baixada Fluminense), dez vezes maior. Já na Baía de Ilha Grande e no Centro-Sul Fluminense, são nove vezes mais casos do que o esperado.
"Vai ser necessário uma série de ações, incluindo vacinação e pronto atendimento. A dengue é uma doença de letalidade muito baixa se tratada previamente, mas não é zero . Calcula-se cerca de uma morte por 10 mil casos, mas poderia ser menos com tratamento prévio adequado. O caminho principal é montar postos de atendimento e orientação da população. Deve-se alertar que, qualquer caso febril deve ser encaminhado mais rapidamente a um posto de saúde. Outro ponto importante é não deixar de retornar ao posto para acompanhamento caso essa tenha sido uma indicação do médico, pois a doença pode progredir e pode ser tarde demais", alertou o infectologista Marcos Lago, do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe).
A taxa de letalidade da doença em 2024 segue sendo 0,01%. Já foram registradas 794 internações. Divulgado semanalmente pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) da SES, o panorama da dengue aponta que a quantidade de casos pode ser ainda maior.
Plano Estadual de Combate à Dengue
O programa 'Contra a Dengue Todo Dia!' foi lançado na sexta-feira (26) e envolve o uso de tecnologia, qualificação e apoio aos 92 municípios do estado. O Governo do Rio comprou equipamentos e insumos que estão sendo distribuídos aos municípios com maior incidência de casos, para a montagem de até 80 salas de hidratação, que terão capacidade para atender, ao todo, até 8 mil pacientes por dia. O investimento é de R$ 3,7 milhões.
A SES também está treinando 2.000 médicos de emergências e profissionais de saúde dos 92 municípios para garantir o diagnóstico mais preciso e o tratamento correto, como também a capacitação no atendimento às gestantes infectadas. Além disso, 160 leitos de nove hospitais de referência do estado poderão ser convertidos, inicialmente, para tratamento da dengue, como foi feito na covid-19.
Ao DIA, o infectologista Rivaldo Venâncio, da Fiocruz, falou sobre as possíveis causas do aumento repentino dos casos de dengue. "Em primeiro lugar, temos que considerar o calor extremo e o crescimento da temperatura média durante esses meses de dezembro e janeiro. Associado ao aumento da temperatura estão as chuvas, e aliado a esses dois fenômenos temos os crônicos problemas de cuidado com o ambiente vistos no Rio. Um exemplo é a falta da coleta do lixo urbano, o que acaba deixando expostos objetos que podem acumular água e se tornarem potenciais criadouros do Aedes aegypti. Também falta uma mobilização para que a população cuide do seu quintal para evitar o acúmulo de água e cobre do poder público que assuma suas responsabilidades", destacou.
Segundo boletim divulgado nesta quarta-feira (31) pela SES-RJ, a doença avança com mais velocidade em cidades menores e mais próximas aos estados de Minas Gerais e São Paulo. Na Região Serrana, o número de casos está 14 vezes acima do esperado para o período, na Metropolitana (Capital e Baixada Fluminense), dez vezes maior. Já na Baía de Ilha Grande e no Centro-Sul Fluminense, são nove vezes mais casos do que o esperado.
"Vai ser necessário uma série de ações, incluindo vacinação e pronto atendimento. A dengue é uma doença de letalidade muito baixa se tratada previamente, mas não é zero . Calcula-se cerca de uma morte por 10 mil casos, mas poderia ser menos com tratamento prévio adequado. O caminho principal é montar postos de atendimento e orientação da população. Deve-se alertar que, qualquer caso febril deve ser encaminhado mais rapidamente a um posto de saúde. Outro ponto importante é não deixar de retornar ao posto para acompanhamento caso essa tenha sido uma indicação do médico, pois a doença pode progredir e pode ser tarde demais", alertou o infectologista Marcos Lago, do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe).
A taxa de letalidade da doença em 2024 segue sendo 0,01%. Já foram registradas 794 internações. Divulgado semanalmente pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) da SES, o panorama da dengue aponta que a quantidade de casos pode ser ainda maior.
Plano Estadual de Combate à Dengue
O programa 'Contra a Dengue Todo Dia!' foi lançado na sexta-feira (26) e envolve o uso de tecnologia, qualificação e apoio aos 92 municípios do estado. O Governo do Rio comprou equipamentos e insumos que estão sendo distribuídos aos municípios com maior incidência de casos, para a montagem de até 80 salas de hidratação, que terão capacidade para atender, ao todo, até 8 mil pacientes por dia. O investimento é de R$ 3,7 milhões.
A SES também está treinando 2.000 médicos de emergências e profissionais de saúde dos 92 municípios para garantir o diagnóstico mais preciso e o tratamento correto, como também a capacitação no atendimento às gestantes infectadas. Além disso, 160 leitos de nove hospitais de referência do estado poderão ser convertidos, inicialmente, para tratamento da dengue, como foi feito na covid-19.
*Reportagem da estagiária Giovanna Machado, sob supervisão de Thiago Antunes
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.