Publicado 03/02/2024 18:50
Rio - A Justiça do Rio decretou a prisão preventiva do policial militar José Carlos de Souza da Silva Filho, acusado de matar a jovem Rafaella Borda Vieira, de 22 anos, atingida por um disparo na noite de 17 de junho de 2023, enquanto estava em um veículo a caminho de um baile funk na comunidade dos Prazeres, no bairro do Rio Comprido, Região Central do Rio. Rafaella chegou a ser socorrida para o Hospital Municipal Souza Aguiar, mas não resistiu aos ferimentos.
Na denúncia, que foi apresentada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio de Janeiro, os promotores relatam que disparo que atingiu a jovem foi feito sem que houvesse troca de tiros ou "ou qualquer grave ameaça à vida do policial militar". José Carlos era lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade.
Ainda de acordo com o documento, "o crime foi praticado mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima, uma vez que o policial militar efetuou o disparo de forma absolutamente inesperada, acertando a vítima pelas costas e sem chance de defesa."
Jovem estava a caminho de baile funk
Uma tia, que não quis se identificar, afirmou que Rafaella estava a caminho de um baile funk na comunidade quando foi baleada. Segundo ela, era a primeira vez que a sobrinha estava indo para o Morro dos Prazeres. A vítima e os amigos que estavam com ela no carro eram moradores do bairro Engenho do Mato, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
Uma amiga da jovem, que também preferiu preservar a identidade, disse que estava em um carro com outros três ocupantes e o motorista quando foi atingida. Ela afirmou que os tiros começaram após o condutor, que estava na contramão, dar de cara com uma viatura da Polícia Militar. Apenas uma prima da vítima prestou socorro à jovem, enquanto os outros fugiram.
"O condutor do veículo que estava com ela fugiu e não prestou socorro, e as outras duas pessoas também fugiram. Eles eram amigos de anos. Só a prima que foi com ela para o hospital em um táxi", explicou. A amiga revelou que o condutor, que fugiu sem prestar socorro, teria ido prestar depoimento com quatro advogados e deixou o bairro em que morava.
"O condutor do veículo que estava com ela fugiu e não prestou socorro, e as outras duas pessoas também fugiram. Eles eram amigos de anos. Só a prima que foi com ela para o hospital em um táxi", explicou. A amiga revelou que o condutor, que fugiu sem prestar socorro, teria ido prestar depoimento com quatro advogados e deixou o bairro em que morava.
À época, a Polícia Militar informou que "equipes do 5º BPM (Praça da Harmonia) e da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade foram acionados durante a madrugada apenas para o Hospital Municipal Souza Aguiar, para onde a vítima foi levada". A corporação explicou que não houve ocorrência de confronto ou operação na região.
Família abalada com morte da jovem
A morte da jovem causou grande comoção entre familiares e amigos. "Ela era uma menina cheia de luz, de sonhos. ia começar faculdade mês que vem. Adorava malhar, ir pra praia, amava sair com as primas dela. Era uma menina sonhadora, linda por dentro e por fora. Amava reuniões de família e era muito querida por todos", disse a amiga, na ocasião.
A tia, abalada, reforçou o sonho de Rafaella em ingressar na faculdade de Direito. "Ela era luz, alegre, sonhadora, trabalhava, vaidosa, sempre praticou esportes, onde chegava animava a todos. Rafaella tinha muitos planos, iria fazer essa semana prova para ingressar na tão sonhada faculdade de direito", lamentou.
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