Publicado 08/02/2024 09:22 | Atualizado 08/02/2024 09:29
Rio - O miliciano Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, foi convocado a prestar depoimento em juízo na 1ª Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), nesta quinta-feira (8). A audiência com o criminoso, preso desde o último dia 24 de dezembro, está marcada para às 14h.
A requisição da Justiça faz parte da instrução de processo onde o miliciano é investigado por uma série de crimes, incluindo organização criminosa, corrupção ativa, porte ilegal de armas, munições e artefatos explosivos, além de tráfico de armas, extorsão, clonagem de veículos e roubo.
Zinho está preso desde o dia 24 de dezembro, quando se entregou à Polícia Federal, após cerco montado em Paciência, Zona Oeste do Rio, onde o líder paramilitar se escondia. O local é reduto da milícia controlada pelo criminoso. Ele estava foragido desde 2018 e tinha mais de 12 mandados de prisão em aberto contra o seu nome.
Atualmente, o criminoso é mantido em uma ala isolada na penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, conhecida como Bangu 1, no Complexo Penitenciário de Gericinó.
Líder de ações criminosas
Zinho é apontado como responsável por comandar recentes ações criminosas que pararam a Zona Oeste após a morte de seu sobrinho, Matheus da Silva Rezende, vulgo Faustão, em outubro do ano passado. Faustão morreu durante uma troca de tiros com policiais civis na comunidade Três Pontes, em Santa Cruz.
Na ocasião, em apenas um dia, a cidade do Rio teve o maior número de ônibus queimados de sua história, segundo dados da Rio Ônibus. Segundo o sindicato, foram 35 veículos queimados, sendo 20 da operação municipal, cinco BRTs e outros 10 de turismo e fretamento.
Como se tornou líder?
Zinho assumiu a liderança da milícia que atua em Campo Grande, Santa Cruz e Paciência em 2021, dois meses após a morte de Wellington da Silva Braga, o Ecko, seu irmão e antigo líder do bando.
Wellington foi um dos responsáveis por expandir os domínios da organização fundada por outro irmão, Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes, que morreu em 2017. Ambos faleceram após confrontos com policiais.
Wellington foi um dos responsáveis por expandir os domínios da organização fundada por outro irmão, Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes, que morreu em 2017. Ambos faleceram após confrontos com policiais.
Antes de se tornar líder, Zinho integrou a organização ao ficar encarregado da contabilidade do grupo, ficando ligado a atividades de lavagem de dinheiro.
Ele é um dos sócios da Macla Extração e Comércio de Saibro, empresa de extração de areia e saibro em Seropédica, na Baixada, com sede no Recreio. Segundo a polícia, a Saibro teria faturado R$ 42 milhões entre 2012 e 2017 e era usada para lavar o dinheiro da milícia.
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