Ronnie Lessa é acusado de ter atirado em Marielle e AndersonDivulgação/ MPRJ
Publicado 19/02/2024 20:04
Rio - O ex-policial militar Ronnie Lessa, preso pelo assassinato da vereadora Marielle Franco, foi condenado a seis anos e oito meses de prisão em regime semi-aberto por contrabando de peças de arma de fogo. De acordo com as investigações, ele comprava o material pela internet e enviava à casa da sua filha, nos Estados Unidos. Em seguida, ela encaminhava os produtos para Ronnie, no Brasil.
O processo é um desdobramento de uma apreensão realizada em 2019, na residência de um amigo de Lessa, no Méier, Zona Norte do Rio. Na ocasião, agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) encontraram 117 fuzis desmontados em caixas escondidas em guarda-roupas.
Na denúncia, o Ministério Público Federal listou produtos que Lessa enviava para a casa da filha em Atlanta, como tambores de revólveres, empunhadura para revólver e acessório que permite fixação de mira telescópica. Alguns do itens listados precisariam de uma autorização do Exército Brasileiro para que entrassem no país, o que não aconteceu. Os envios foram realizados entre 2017 e 2018.
Em sua defesa, o ex-PM negou o contrabando. Sobre alguns dos produtos, alegou que os objetos não chegaram no Brasil. Em outros, disse que se tratavam de armas de airsoft ou paintball e que não seriam itens com necessidade de regularização do Exército Brasileiro, o que foi desmentido por um perito. Além disso, chegou a afirmar que uma de suas compras fazia parte de um projeto que estava desenvolvendo para cadeira de rodas, mas não apresentou provas.
A filha de Lessa foi absolvida, já que não ficou comprovado que ela sabia que seu pai estava importando os produtos ilegalmente. Já o ex-PM foi condenado a seis anos e oito meses de reclusão. Ele está preso preventivamente desde 2019 pelo assassinato de Marielle e seu motorista Anderson Gomes.
Na decisão, a juíza ressalto o fato do réu ser policial militar, que deveria combater os crime e tinha o conhecimento sobre a necessidade prévia da autorização do Exército Brasileiro para a importação de armas. 
"As consequências do delito também são especialmente graves. Todo elemento probatório denota que o acusado importava tais componentes com objetivo de efetuar a montagem de armas de fogo que seriam inseridas na clandestinidade, o que afeta e coloca em risco milhares de pessoas", escreveu a magistrada.
Publicidade
Leia mais