Publicado 25/02/2024 00:00
Fruto de uma paixão que transcende as fronteiras do futebol para encantar o público no universo do samba, o Botafogo Samba Clube conquistou, nesta terça-feira (20), uma vaga na Série Ouro do Carnaval do Rio. A agremiação, fundada por um grupo de torcedores do Botafogo de Futebol e Regatas em 2018, conquistou o feito inédito e desfilará pela primeira vez no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, em 2025.
Localizada no bairro do Engenho de Dentro, nas proximidades do Estádio Nilton Santos, a Botafogo Samba Clube é a primeira escola ligada a um clube de futebol a alcançar o tão almejado acesso à Passarela. Fundada com a proposta de unir a paixão pelo futebol e pelo samba, a escola já desfilou em diversos eventos, incluindo uma participação na cidade de Maricá em 2020.
A Botafogo Samba Clube tem como referência o humorista, roteirista e ator Marcelo Adnet, atual carnavalesco da escola e compositor do samba que homenageou Beth Carvalho. Ao longo de sua história, a escola prestou homenagens marcantes, destacando-se sambas-enredos dedicados ao ídolo alvinegro Túlio Maravilha e à renomada cantora Beth Carvalho. Em 2023, a escola emocionou o público ao contar a vida e obra do renomado jornalista e esportista João Saldanha.
Mas, de acordo com o carnavalesco Allan Barbosa, o diferencial da escola neste ano foi ter apostado em um tema que tem a ver com o carnaval. “A escola vinha fazendo temas em homenagem a coisas ligadas ao clube de futebol. Pela primeira vez, a escola colocou a temática indígena na avenida, então acho que esse foi o grande diferencial. A Botafogo Samba Clube se colocou acima do clube de futebol e se colocou como uma escola de samba, o que foi o grande trunfo da escola e grande sacada”, enfatizou.
Com a conquista do acesso à Sapucaí, a expectativa, de acordo com o presidente da escola, Sandro Lima, é conquistar o acesso ao grupo especial:“Nós não viemos a passeio, nossa mentalidade é só andar para frente, e nossos componentes e torcedores podem esperar um carnaval fantástico em 2025! Estamos reforçando nosso elenco e em breve disponibilizaremos os nomes que conduzirão nosso pavilhão nessa busca ao grupo especial”, disse o presidente da escola.
Já o mestre de bateria Diego Carbonell destaca que, na bateria, foi realizado um trabalho ainda mais robusto do que no ano anterior. No ano passado, eles conseguiram a nota máxima para a escola, atingindo 40 pontos. Neste ano, a escola perdeu apenas um décimo, que foi descartado. Foram três notas 10 e uma 9.9, que não influenciaram na pontuação final. Para ele, um dos diferenciais no trabalho deste ano foi a formação da bateria, que incluiu a criação de uma oficina e uma escola de percussão. A oficina contribuiu significativamente para atrair novos membros, fortalecendo os ensaios com pessoas envolvidas e familiarizadas com o método de trabalho. Além disso, os participantes da escola de percussão que não integraram a bateria formaram uma ala própria, a Ala 2, desfilando como componentes da Botafogo Samba Clube.
“O envolvimento da diretoria foi crucial, resultando em um engajamento notável foi essencial para alcançar o acesso desejado. O tempo investido na formação da bateria e o engajamento de todos os participantes foram fundamentais para o sucesso”, pontuou Carbonell.
Quanto ao sentimento, Diego expressa a indescritibilidade da conquista. Ele testemunhou a escola bater na trave duas vezes, enfrentou desafios como um desfile prejudicado por condições climáticas adversas, mas, finalmente, alcançou o sucesso. Como botafoguense, a conexão com a escola que homenageia o clube é única.
Para a rainha de bateria, Monica Bania, o desfile foi inesquecível: “Foi a minha primeira vez como rainha de bateria e ver o Botafogo Samba Clube ser campeão e subir para a Série Ouro ficará para sempre em minha memória", disse emocionada. Ela ainda acrescenta que a expectativa para 2025 é fazer um belo desfile e permanecer na Série Ouro.
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