Publicado 04/03/2024 20:25 | Atualizado 04/03/2024 20:25
Rio - O bombeiro hidráulico Ricardo Correa dos Santos, de 47 anos, morador de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, denuncia ter tido o nome e CPF usados por um criminoso para a prática de diversos delitos no Rio. Ao DIA, a vítima relatou o medo da prisão, além dos transtornos de ser "fichado" na polícia e ter que se explicar para os agentes todas as vezes que é parado em alguma blitz.
Segundo Ricardo, ele descobriu que estava sendo acusado injustamente de crimes que não cometeu quando precisou atualizar o título de eleitor para as eleições de 2022. Desde então, enfrenta as consequências da troca de nomes nos sistemas do governo. Ao passar por uma fiscalização policial nesta semana ele disse que seu nome constava no registro com um símbolo amarelo, de atenção, e que passou novamente por um constrangimento ao ter que comprovar sua inocência.
Em um dos processos obtidos pela reportagem, o bombeiro fora acusado de furto qualificado, mas a Justiça do Rio confirmou a troca de nomes e arquivou o caso. O verdadeiro suspeito também se chama Ricardo, mas tem o sobrenome diferente, Araújo.
"Por unanimidade de votos em conceder a segurança, para determinar ao juízo coator que proceda à retificação do nome do acusado, na ação penal nº ‘X’, nos termos do artigo 259 do código de processo penal, para que dela passe a constar o nome do real acusado (Ricardo de Araújo, já qualificado nos autos)", diz a decisão.
O bombeiro acredita que ainda é considerado foragido, e teme por ser preso sem ter cometido nenhum crime. Ele reforça que trabalha há 20 anos na mesma empresa e que nunca fez nada de ilícito.
"São mais de 18 crimes em meu nome, tem crime antigo, mas que eu só fui descobrir na época da pandemia da covid-19. Depois saiu um mandado pra mim, como eu sendo procurado, coloquei na mão do advogado, e toda vez que eu sou parado em blitz tenho que explicar toda situação. Eu nunca fui preso, mas esse cara já", disse Ricardo.
Assim que descobriu o caso, a vítima foi até o Fórum de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, e descobriu que haviam outros crimes, como receptação e roubo. "Lá os policiais pesquisaram no sistema, pediram foto do suspeito e viram que não era eu, só que eles viram também que no Fórum do Centro do Rio tem mais 13 ou 18 processos. O crime mais grave foi um assalto com arma branca, mas não houve morte. Ainda no Fórum, pediram que eu procurasse um advogado para retirar os processos do meu nome. Também me orientaram a pedir que um desembargador pedisse a digital dele, porque eu já estava fichado", disse.
Ainda segundo Ricardo, a explicação que ele teve para trocas de nomes foi que o suspeito usava uma identidade falsa em seu nome. "A primeira vez que ele foi preso, ele estava com documentos falsos. Além disso, ele arrumou uma mãe com documentos da minha mãe e um suposto pai para assinarem e pagarem uma fiança", explicou.
O bombeiro contou que soube que o homem usa vários nomes falsos, mas que na maioria das vezes se apresentou com sua identidade. "Em Santa Cruz já reconheceram que não era eu, mas ainda tem outros processos", lamentou.
Por fim, Ricardo explica que o erro da troca de nomes foi comprovada em um dos processos porque o suspeito apresentou uma identidade como se fosse feita no Detran, enquanto a verdadeira é do Instituto Félix Pacheco. Outro erro foi que o homem disse que seu estado civil é solteiro, mas a vítima é casada. Ainda segundo a denúncia, o suspeito comprou uma motocicleta no nome da vítima, além de outros bens.
O bombeiro acredita que ainda é considerado foragido, e teme por ser preso sem ter cometido nenhum crime. Ele reforça que trabalha há 20 anos na mesma empresa e que nunca fez nada de ilícito.
"São mais de 18 crimes em meu nome, tem crime antigo, mas que eu só fui descobrir na época da pandemia da covid-19. Depois saiu um mandado pra mim, como eu sendo procurado, coloquei na mão do advogado, e toda vez que eu sou parado em blitz tenho que explicar toda situação. Eu nunca fui preso, mas esse cara já", disse Ricardo.
Assim que descobriu o caso, a vítima foi até o Fórum de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, e descobriu que haviam outros crimes, como receptação e roubo. "Lá os policiais pesquisaram no sistema, pediram foto do suspeito e viram que não era eu, só que eles viram também que no Fórum do Centro do Rio tem mais 13 ou 18 processos. O crime mais grave foi um assalto com arma branca, mas não houve morte. Ainda no Fórum, pediram que eu procurasse um advogado para retirar os processos do meu nome. Também me orientaram a pedir que um desembargador pedisse a digital dele, porque eu já estava fichado", disse.
Ainda segundo Ricardo, a explicação que ele teve para trocas de nomes foi que o suspeito usava uma identidade falsa em seu nome. "A primeira vez que ele foi preso, ele estava com documentos falsos. Além disso, ele arrumou uma mãe com documentos da minha mãe e um suposto pai para assinarem e pagarem uma fiança", explicou.
O bombeiro contou que soube que o homem usa vários nomes falsos, mas que na maioria das vezes se apresentou com sua identidade. "Em Santa Cruz já reconheceram que não era eu, mas ainda tem outros processos", lamentou.
Por fim, Ricardo explica que o erro da troca de nomes foi comprovada em um dos processos porque o suspeito apresentou uma identidade como se fosse feita no Detran, enquanto a verdadeira é do Instituto Félix Pacheco. Outro erro foi que o homem disse que seu estado civil é solteiro, mas a vítima é casada. Ainda segundo a denúncia, o suspeito comprou uma motocicleta no nome da vítima, além de outros bens.
A reportagem procurou o Tribunal de Justiça para esclarecer o caso. Em nota, o órgão informou que "o processo citado que envolvia equivocadamente o nome de Ricardo Corrêa dos Santos está arquivado". O TJRJ disse ainda que "não foram localizados outros processos em que o nome dele conste como réu. Também não foram localizados processos contra Ricardo da Silva de Araújo".
No entanto, a Justiça não informou o motivo pelo qual o nome de Ricardo Corrêa continua constando como "procurado da Justiça" nos sistemas do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) e nem do Detran.RJ, por exemplo.
Ao DIA, o TRE-RJ explicou como a atualização da situação cadastral, em relação a suspensão de direitos políticos, é feita. "A Justiça Eleitoral faz a anotação no cadastro eleitoral do(a) eleitor(a) acerca da condenação/extinção de punibilidade após receber, via sistema Infodip, comunicação do órgão responsável pela decisão". Procurado, o Detran.RJ ainda não respondeu o motivo pelo qual o nome de Ricardo Corrêa continua sinalizado como 'situação irregular'.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.