Publicado 06/03/2024 12:44
Rio - A família do adolescente Yago de Farias, de 17 anos, que foi morto com um tiro na cabeça dentro da comunidade do Jacarezinho, Zona Norte, acusa PMs pelo disparo. De acordo com os parentes do jovem, que estiveram, na manhã desta quarta-feira (6), no Instituto Médico Legal (IML) do Centro, para liberação do corpo, ele trabalhava com a mãe vendendo comida e não tinha qualquer relação com o crime.
"Ele estava saindo da casa da madrinha e indo para casa da mãe. Estava com o fone de ouvido, nem se deu conta do que aconteceu. Ele foi atingido pelas costas. (...) Eles (os PMs) foram até ele e viram que não tinha nada, deixaram o corpo lá caído, a população foi se aglomerando e depois nós socorremos ele para a UPA, mas não tinha mais jeito", relatou a avó do adolescente, Lígia Lima.
Segundo a familiar, que esteve no IML para a liberação do corpo do adolescente, ele trabalhava com a mãe vendendo lanches e bolos. "Era um menino alegre, que amava sua família, respeitador com a sua família, cheio de sonhos e hoje o Yago está morto por uma crueldade. É doloroso", disse.
"Ele estava saindo da casa da madrinha e indo para casa da mãe. Estava com o fone de ouvido, nem se deu conta do que aconteceu. Ele foi atingido pelas costas. (...) Eles (os PMs) foram até ele e viram que não tinha nada, deixaram o corpo lá caído, a população foi se aglomerando e depois nós socorremos ele para a UPA, mas não tinha mais jeito", relatou a avó do adolescente, Lígia Lima.
Segundo a familiar, que esteve no IML para a liberação do corpo do adolescente, ele trabalhava com a mãe vendendo lanches e bolos. "Era um menino alegre, que amava sua família, respeitador com a sua família, cheio de sonhos e hoje o Yago está morto por uma crueldade. É doloroso", disse.
Lígia afirmou que a família vai buscar por Justiça e quer que o autor do disparo que, segundo eles foi um policial militar, seja punido pelo que fez. No momento em que Yago foi atingido, não havia tiroteio na comunidade. O caso aconteceu por volta das 10h, nesta terça-feira.
"Quem mora numa comunidade está sempre sendo alvo. Vivemos à mercê, não chega um programa social no Jacarezinho, nas comunidades da Zona Norte. Só chega polícia matando. É o que passamos todo dia na Zona Norte. Todo mundo tem medo da polícia", criticou.
Rosane de Farias, mãe de Yago, contou que a família não foi procurada em momento nenhum pela Polícia Militar ou pelo Governo do Estado. "Nem apareceu. Não tem polícia aqui. Ninguém nos procurou, falou nada. Quem viu, conta que o PM chegou perto dele, viu que não tinha nada e foi embora", lembra.
O adolescente foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Manguinhos pelos próprios familiares e vizinhos, mas já deu entrada no local sem vida.
"A gente não sabe em quem pode confiar. Quem deveria nos proteger, nos abandona e nos mata. Todos os dias temos jovens mortos dentro da comunidade. Meu desejo é que isso mude, que isso acabe. Que nossos governantes olhem pela gente com olhar de amor e empatia. Estamos abandonados", lamentou a familiar.
O enterro do jovem foi marcado ainda para esta quarta-feira (6), no Cemitério de Inhaúma, Zona Norte, às 16h30. O velório restrito à parentes começou às 13h30.
Em nota, a Polícia Militar informou que as circunstâncias da morte estão sendo apuradas pela Polícia Civil. "A Secretaria de Estado de Polícia Militar (SEPM) colabora integralmente com as investigações".
Operação contra o tráfico
Na terça-feira, a PM realizou uma operação na comunidade para reprimir a movimentação de traficantes da facção Comando Vermelho e possíveis saídas desses criminosos para disputas territoriais. Durante a ação, uma troca de tiros terminou com a morte de um suspeito, identificado como José Henrique da Silva, conhecido como Dentinho. Ele era procurado por organização criminosa.
Outros dois suspeitos foram presos. Além das prisões, foram apreendidos um fuzil, uma pistola, munições e um colete balístico. Dois carros roubados foram recuperados.
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