Regina Celi Reprodução
Publicado 24/03/2024 16:30
Rio - A ex-presidente da Acadêmicos do Salgueiro, Regina Celi, foi monitorada e seria morta pelos ex-policiais Ronnie Lessa, preso por executar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes em 2018, e Edmilson da Silva Oliveira, o Macalé, assassinado em 2021. A informação consta no inquérito da Polícia Federal, que teve o sigilo quebrado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, neste domingo (24). 
Conforme o relatório, Lessa monitorou Marielle e Regina nos dias 1º, 2º, 07 e 14 de fevereiro de 2018 — mesma data do assassinato da parlamentar. Ainda segundo a PF, o ex-PM monitorou Regina Celi com o mesmo Chevrolet Cobalt prata usado no dia do crime e o assassinato não ocorreu por "problemas de logística". 
Em sua delação premiada, Lessa disse que inicialmente respondeu que a recompensa para assassinar Marielle era mais rentável, no que Macalé rebateu que não "tinha como negar um pedido" do bicheiro Bernardo Bello, que pagaria R$ 50 mil mensais para ele.
Ao final, Ronnie Lessa diz ter se encontrado com o bicheiro. Ficou decidido que o pagamento pelo assassinato da então presidente do Salgueiro seria dividido entre o assassino, Macalé e Maxwell Simões, o Suel, que seria responsável por dirigir o carro utilizado na execução.
De acordo com a delação, o motivo para executar Celi gira em torno de conflitos pela sucessão da presidência da escola de samba. A ex-presidente foi eleita em 2018, recebendo protestos do candidato André Vaz que, segundo a PF, representava os interesses de Bernardo Bello.
Os autos da PF apontam que o plano de execução de Celi falhou porque Suel mudava constantemente o local onde o carro utilizado pelo grupo estava estacionado. Segundo o ex-policial, a execução da presidente da escola de samba seria "fácil" porque ela estava em um táxi.
Élcio deduziu que Bernardo Bello seria o mandante da execução de Marielle
O relatório da Polícia Federal aponta que o ex-policial Élcio de Queiroz deduziu em sua delação premiada que teria sido Bernardo Bello o autor da ordem para que Ronnie Lessa matasse a vereadora Marielle Franco.
A dedução foi feita com base num desabafo de Lessa no réveillon de 2018.
Segundo Élcio, o matador de aluguel disse que estava chateado com Suel por causa do desempenho dele como motorista durante a tentativa de assassinato de uma mulher, encomendada por Bernardo Bello. O ex-PM relatou que, após três meses de “tocaia”, teve uma oportunidade de matá-la quando ela pegou o táxi, mas a atitude de Suel impediu a execução.
Élcio assumiu que a mulher era Marielle, mas depois Ronnie Lessa explicou aos policiais que tratava-se de Celi.
*Com Estadão Conteúdo
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