Publicado 31/03/2024 19:29 | Atualizado 31/03/2024 19:34
Rio - Entregadores do Ifood realizaram uma paralisação neste Domingo de Páscoa (31), na cidade do Rio, em prol de melhorias para a categoria. Nas redes sociais, houve reclamações de consumidores sobre pedidos que chegaram violados durante a greve.
Ao DIA, o ciclista Tassiano Alves, da Associação União Motoboy e Bike (UMB), destacou que as principais reivindicações do ato estão relacionadas com o valor mínimo da entrega e o destino escolhido pela plataforma para cada modal. De acordo com ele, o Ifood manda corridas curtas para motociclistas e longas para ciclistas com o objetivo de pagar menos para os entregadores.
"O principal motivo da paralisação é a taxa que está defasada e é o valor mínimo que você vai receber. Eles querem aumentar mais uma vez, mais um ano, apenas 50 centavos. Atualmente, é de R$ 6,50 por entrega. Para as bicicletas, no mínimo, é esse calor, mas eles estão mandando entregas de 3 km e 4 km, cobrando R$ 6,80 e R$ 7, quando essas entregas deveriam cair para a moto. Já entregas de 1 km e 1,5 km eles estão mandando para motociclistas para poderem pagar também R$ 6,50. Eles querem economizar de um lado e do outro", disse.
Além dessas reclamações, a classe também pede o fim da rota dupla; pagamento por valor integral em caso de cancelamento; espaço para almoçar, descansar, carregar o telefone e banheiro; fim da espera pelo preparo do pedido (chamar apenas quando o pedido tiver pronto); suporte com assessoria jurídica em casos de violência entre a entrega ou coleta; alerta sonoro no telefone quando o entregador chegar no endereço informado; mensagens para o cliente que o entregador não é obrigado a subir em apartamento; entre outras reivindicações.
Nas redes sociais, alguns entregadores disseram que não aderiram. No entanto, quem continuou trabalhando recebeu reclamação de violação em pedidos. Um cliente postou fotos em um grupo no Facebook, voltado para moradores da Tijuca, mostrando um bolo amassado e dizendo que um entregador teria revirado o produto.
Para Tassiano, o fato infelizmente pode acontecer. O ciclista destacou que ainda há uma desunião entre a classe, mas que a maioria dos entregadores trabalha para que tais atitudes parem de ocorrer.
"Infelizmente, a rapaziada aqui no Rio ainda tem essa desunião. Tenho esperança e fé que vai haver união em um futuro bem próximo, mas até o momento acontece muito disso ainda. A galera, infelizmente, não é totalmente unida e isso atrapalha. Isso desmotiva até os que param e os que apoiam. Aqui no Rio é complicado, mas a gente está tentando. Tem uma galera que não quer parar e pode acontecer isso de alguns entregadores rasgarem ou entornar o pedido. A gente não tem muito controle disso, mas precisamos conscientizar a galera", comentou.
O entregador destacou que estabelecimentos de Vila Isabel, da Tijuca, de Del Castilho, todos na Zona Norte, lojas do Leblon e da Gávea, na Zona Sul, e unidades de Campo Grande, Barra da Tijuca e Recreio, apoiaram a paralisação.
Atrás do Shopping Tijuca, tradicional ponto de concentração, houve uma aglomeração de entregadores sem qualquer tumulto nem acionamento via 190 para a Polícia Militar.
O que diz o Ifood?
Em nota, a empresa informou que respeita a manifestação pacífica dos entregadores e destacou que está, desde 2019, trabalhando na construção de espaços de conversa para melhorias. Em relação aos pedidos violados, o Ifood disse que repudia quaisquer desvios de conduta. Confira a nota completa:
"O iFood respeita o direito à manifestação pacífica e à livre expressão dos entregadores. Desde 2019, trabalhamos na construção de espaços recorrentes e permanentes de escuta e melhoria constante. Como empresa brasileira e ciente do seu papel na geração de oportunidades, temos nos dedicado na criação de uma agenda sólida e perene de diálogo com os trabalhadores e representantes da categoria para o aprimoramento de iniciativas que garantam mais dignidade, ganhos e mais transparência para estes profissionais. Sobre os registros de pedidos violados, a empresa ressalta que repudia quaisquer desvios de conduta que violem os Termos e Condições de Uso da plataforma."
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