Publicado 19/04/2024 18:24 | Atualizado 20/04/2024 07:43
Rio - Em estado de greve, os professores da UFRJ realizaram uma manifestação, nesta sexta-feira (19), em frente à sede do Ministério da Fazenda, no Centro do Rio. Os manifestantes estenderam faixas e balões coloridos nas escadarias do prédio.
Sob o lema "Eu amo a UFRJ", o ato ocorreu na esteira das reivindicações do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) em relação a reajustes salariais, mais bolsas de pesquisa e melhores condições de trabalho.
Os manifestantes também cobram bandejões abertos e ampliação de alojamentos, para garantir que os estudantes consigam permanecer nos cursos. A presidenta da Associação de Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (AdUFRJ), Mayra Goulart, o objetivo é mobilizar a sociedade para a crise na universidade.
“O ato cumpriu o propósito de fazer uma manifestação pública em defesa da universidade, indicando que ela é um espaço importante para a construção de um Brasil mais solidário, com produção científica e acadêmica”, disse a presidenta da ADUFRJ, Mayra Goulart.
A manifestação contou com a participação de cientistas, pesquisadores, estudantes e até do reitor Roberto Medronho, que estendeu as cobranças também ao Ministério da Educação.
"A missão da UFRJ é produzir conhecimento, mas sobretudo conhecimento que seja fundamental para a vida de quem mais precisa, das comunidades carentes nas regiões metropolitanas e nos rincões do nosso país. E não existe produção de conhecimento sem investimento. Nossa luta aqui não é apenas por mais repasses. Isto é o mais urgente, para a universidade não parar. Mas nossa luta é por mais investimentos também na educação do nosso país", pediu Medronho.
Os professores das universidades, institutos e centros federais de educação tecnológica iniciaram greve nacional na segunda-feira (15). Na UFRJ, os servidores técnico-administrativos em educação (TAE) aderiram ao movimento. Os impactos vão da simples emissão de documentos, como diplomas, à organização dos calendários escolares.
Já os professores rejeitaram em assembleia a paralisação. A manifestação desta sexta, portanto, visa pressionar o governo federal. De acordo com o Andes, a proposta apresentada foi de reajuste salarial zero, com aumentos apenas no auxílio alimentação, que passaria de R$ 658, para R$ 100.
"O próximo passo agora é aguardar a mesa de negociação e analisar a proposta do governo, para decidir sobre novas estratégias. Acreditamos em uma nova proposta do governo federal e a gente espera que seja algo que contemple, de alguma forma, os anseios da categoria”, concluiu Mayra.
UFF em greve
Na quinta, os professores da Universidade Federal Fluminense (UFF) aprovaram a greve com início para o dia 29 de abril. A assembleia terminou com 239 votos favoráveis e 138 contrários. Os debates ocorreram de forma descentralizada, com participações simultâneas nos campi de sete cidades: Niterói, Rio das Ostras, Friburgo, Campos, Pádua, Angra e Volta Redonda.
Até o dia 29, a categoria decidiu se manter em estado de greve. Entre as muitas pautas, foram destacados a necessidade de aumento no orçamento da universidade, melhorias na assistência estudantil, estrutura, cotas para docentes negros e indígenas, e bolsas automáticas.
No estado do Rio de Janeiro, professores do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ) já tinham decidido aderir à greve a partir do dia 2 de maio. Na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) e na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) os docentes estão mobilizados em estado de greve.
Em todo o país, o Andes informa que docentes de 24 instituições federais estão em greve e que há indicativos de greve em outras 11 instituições. Nesta tarde, está marcada uma reunião entre representantes dos sindicatos e membros do Ministério da Educação e Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, para uma nova rodada de negociação.
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