Ator e dublador José Santa Cruz morre aos 95 anosGlobo/Tata Barreto
Publicado 26/04/2024 20:32 | Atualizado 27/04/2024 12:10
Rio - O ator, dublador, radialista e humorista José Santa Cruz, morreu nesta sexta-feira (26), aos 95 anos, no Rio. O ator tinha doença de Parkinson e estava internado com uma broncopneumonia. Santinha, como era carinhosamente conhecido pelos amigos e companheiros de profissão, será velado neste sábado (27), no Cemitério da Penitência, no Caju, na Zona Central do Rio, a partir das 13h. O corpo será cremado às 16h.
Publicidade
Nascido em Picuí, Paraíba, José Santa Cruz começou sua carreira artística ainda aos dezoito anos, ao substituir um amigo em uma rádio. A partir daí não parou mais. Estreou na televisão em 1960, na inauguração da TV Clube. Em 1963 foi para a TV Tupi e na mesma época começou a atuar como dublador, antes de chegar na TV Globo, em 1971.
"Querida, cheguei". É dele a voz que deu vida ao bordão que virou febre na década de 1990, frase falada pelo pai da "Família Dinossauros", que iniciava cada episódio da série de sucesso, exibida pela TV Globo e lembrada até hoje por gerações de adultos e fãs de televisão.
Como dublador, emprestou sua voz de timbre único para muitos personagens como Magneto nos filmes e desenhos "X-Men", Rúbeo Hagrid na saga "Harry Potter", J.Jameson nos filmes do "Homem Aranha", do ator Danny DeVito na maioria de seus filmes, entre muitos outros incontáveis personagens.
Na Globo, fez "Alô, Brasil, Aquele Abraço" e "Zé das Mulheres", na década de 1970, e "O Bem Amado" e "A Festa É Nossa", nos anos 1980. Entre 2002 e 2015, viveu personagens como Jojoca, Barbosa, Manoelito, Costado e Tesourinha no "Zorra Total" e entre 2015 e 2017 esteve no elenco do "Zorra". Seu papel mais recente na TV Globo foi um padre na novela "Espelho da Vida", exibida em 2019.
Em 2015, participou da série "Os Experientes", onde falou sobre a profissão de ator. "Não há dificuldade nenhuma para mim em fazer algo que é sentido, seja o riso, seja o choro. É um sentimento humano, não vejo diferença entre fazer rir demais ou chorar demais. É o papel do ator, o ator tem que estar preparado para tudo isso. Eu sempre trabalhei no humor, e é importante fazer papéis mais sérios também. O comediante pode ser um dramático, de repente. E isso faz parte do ofício, um ator tem que ser completo. E eu amo o que faço, seja rir ou chorar", afirmou em uma entrevista.
José Santa Cruz deixa a mulher, Ivane Maria Mendes Bastos, com quem foi casado por 72 anos e teve três filhos: Elaine Maria, Eliane Maria e Eduardo Luiz, todos falecidos. Deixa ainda cinco netos e quatro bisnetos.
Leia mais