Polícia indicia homem que fez ataques à atriz trans em bar do Flamengo

Galba Gogóia denunciou o caso na Decradi e contou que foi ofendida por entrar no banheiro feminino

Rio de Janeiro

O Dia
Galba Gagoia denunciou ter sido alvo de transfobia em fevereiro deste ano Reprodução

Rio - A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) denunciou, nesta quarta-feira (10), o mergulhador Fernando Wilson Filipino Junior, de 42 anos, pelo crime de transfobia contra a atriz trans Galba Gogóia, ocorrido dentro de um bar, no Flamengo, Zona Sul do Rio, em fevereiro deste ano.

O caso aconteceu após a atriz entrar no banheiro feminino do Bar Belmonte. Na época, Gogóia usou suas redes sociais para denunciar o crime. A artista disse que alguns homens estavam em uma mesa ao lado da dela com um olhar de repressão à roupa de seu amigo.

"Acabei de sofrer uma transfobia, uma violência gratuita, e não só eu como várias pessoas. Um cara parou do meu lado e ficou encarando meu amigo que é um homem gay. Ficamos na dúvida se ele queria pegar nossa mesa ou se estava agindo com violência. Do nada, ele começou a ficar violento e gritar com a gente", explicou.

Segundo Galba, em seguida, o rapaz começou a xingá-la por ter usado o banheiro feminino. "Ele simplesmente veio falar que eu tinha usado o banheiro feminino e que eu tinha que ter vergonha de ser um homem e usar banheiro feminino, depois começou a fazer vários xingamentos", disse.

A atriz disse que chegou a mostrar seus documentos para comprovar que era uma mulher. Contou, ainda, que os seguranças do bar impediram que ela e os amigos fossem agredidos. "Eu só queria curtir meu carnaval em paz, mas fui agredida e ameaçada de morte. Ouvi coisas horríveis, fui coagida. Eu e todos que me defenderam tivemos nossa integridade física ameaçada. Felizmente a equipe do bar agiu de forma ágil e precisa evitando que esse cara acertasse gente. Poderia ter sido muito pior", escreveu na postagem.

Policiais militares foram chamados para o local, mas o grupo fugiu. O caso foi registrado na Decradi, que indiciou o suspeito pelo crime de transfobia, cuja pena pode variar de dois a cinco anos de prisão. O inquérito já foi enviado ao Ministério Público do Rio (MPRJ).