Publicado 05/05/2024 16:57 | Atualizado 05/05/2024 18:18
Rio - A família de Edson Davi realizou uma manifestação na Praia da Barra, na Zona Oeste do Rio. O menino de 7 anos desapareceu há quatro meses na altura do Posto 4, onde a família pendurou faixas que pedem esclarecimentos do caso. A Polícia Civil afirma que a criança se afogou, mas os parentes acreditam que Edson Davi teria sido sequestrado.
Publicidade"Infelizmente, se completam quatro meses de muita dor, angustia, aflição, desespero e muita saudade! Quatro meses e continuamos sem solução, sem respostas das autoridades competentes. Fizemos uma manifestação para mostrar nossa indignação, que não esquecemos e não vamos parar de lutar até fazermos justiça! Sigo com fé e esperanças em encontrar meu filho! Estamos seguindo já há quase dois meses com uma investigação particular, estou muito confiante no trabalho deles. É uma empresa muito séria, idônea e muito conhecida no Brasil. Quero aproveitar a oportunidade para agradecer ao advogado João Capanema Tancredo e seu escritório que, na sexta-feira, abraçou a nossa luta em busca pelo meu filho. Um grande advogado e um excelente ser humano. As investigações seguem em andamento lutando por justiça e, principalmente, encontrar meu filho em nome de Jesus", disse Marize Araújo, mãe do menino, ao DIA.
Edson Davi, que completou 7 anos em fevereiro, desapareceu próximo à barraca onde seus pais trabalham no dia 4 de janeiro. Marize organiza uma vaquinha virtual para auxiliar nos custos de uma investigação particular com objetivo de apurar a hipótese de sequestro.
"Foi feita uma busca intensa no mar, onde nada foi encontrado. Os próprios bombeiros não acreditam no afogamento. Eu não sei o porquê da polícia continuar nessa tese, não me dão apoio e não me escutam como mãe. Me sinto sozinha nessa situação, não me sinto só lutando pela busca do meu filho, mas também lutando com o Estado para provar que meu filho não se afogou. Como classe social, a gente se vê muito vulnerável, muito pequeno diante de uma situação dessas. A gente só vale o que tem mesmo e um filho de barraqueiro não tem voz", lamentou a mãe durante protesto em abril.
No dia do desaparecimento, o menino estava na barraca com o pai. Marize tinha ido levar o outro filho a uma consulta médica. A última vez que ele foi visto foi às 16h46 por meio de uma gravação feita por um funcionário da barraca da família.
A mãe afirma que Edson tem medo do mar e não teria mergulhado em nenhum momento. Além disso, cerca de 400 metros da extensão da praia não tiveram imagens registradas nas câmeras de segurança.
Os militares do Corpo de Bombeiros que trabalhavam no dia do desaparecimento de Edson Davi e estavam afastados por questões psiquiátricas, disseram em depoimento, no último dia 29, que não viram o menino entrar na água.
Segundo a delegada Elen Souto, os bombeiros afirmaram que o mar estava agitado e que havia uma vala bem em frente à barraca da família. Os salva-vidas também destacaram que três bandeiras vermelhas estavam afixadas e que não viram a criança entrar na água. "Os bombeiros não viram nada, mas narraram que o mar estava agitado. Não há testemunhas que relatem sequestro, só há testemunhas que narram que ele estava na água e querendo entrar no mar", contou. O caso segue sendo investigado pela Delegacia de Descobertas de Paradeiros (DDPA).
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