Lixo que não foi recolhido no dia 22 de abrilReprodução/Instagram
Publicado 14/05/2024 20:00 | Atualizado 14/05/2024 20:15
Frequentadores de um terreiro de candomblé denunciaram um caso de intolerância religiosa, em São Gonçalo. O lixo do terreiro não estava sendo recolhido. O primeiro vídeo foi publicado nas redes sociais no dia 24 de abril e gravado dia 22 de abril. Nele, Gabriela Ramos mostra todos os lixos da rua vazios, exceto o do terreiro Ilè Ayrá Túndé. 
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"Isso vem acontecendo há anos. Eles se negam a pegar o nosso lixo, pegam o de todo mundo menos o nosso. E não tem nada de macumba. Nosso rito não permite que seja jogado no lixo. Nós devolvemos à natureza", afirmou.
No dia 6 de maio, Gabriela publicou um vídeo do lixo novamente cheio e denunciando que, daquela vez, haviam simulado que o lixo estava pegando fogo e por esse motivo não teriam recolhido. Nas imagens, ela entra no lixo e questiona: "Esse lixo parece estar pegando fogo para vocês?"
"Os próprios coletores atearam fogo em uma colmeia de ovos, jogaram dentro da nossa lixeira e em seguida uma pessoa da equipe e registrou e alegou não levar nosso lixo pois estava pegando fogo. (...) Não vamos parar até que sejamos justamente ressarcidos por tanta humilhação e mal", escreveu na legenda.
Questionada, a Prefeitura de São Gonçalo informou que a coleta de lixo é realizada regularmente, mas disse que irá acionar a empresa que presta o serviço para que apure a denúncia e verifique se houve algum problema no local mencionado. "A Prefeitura reitera seu respeito por todas as religiões, não compactuando com quaisquer atos de intolerância", completa a nota.
Em uma nova postagem, realizada nesta terça-feira (14), Gabriela disse que "a vitória será de fato alcançada, quando o nosso lixo levado seja novamente algo normal e não um peso, algo que nos deixa ansiosos e com medo."
"Não seremos calados, que o povo de Àse tem voz e resiste até mesmo quando precisa lutar pelo mínimo. Está sendo uma saga cansativa mas estamos lutando por nós e por todos os terreiros que passam por situações de intolerância religiosa. Estamos caminhado e agindo dentro da lei para nos resguardarmos e termos de fato, tudo resolvido", afirmou.
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