Veículos apreendidos durante a ação da DRFPedro Teixeira / Agência O Dia
Publicado 16/05/2024 08:12
Rio - A Polícia Civil realiza, na manhã desta quinta-feira (16), uma operação, nomeada Car Wash, contra lavagem de dinheiro em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Segundo as investigações, os valores vinham de peças de carros roubados por traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP). Até o momento, três pessoas foram presas.
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De acordo com as investigações da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), que tiveram início em outubro de 2023, laranjas que integram a facção criminosa movimentaram cerca de R$ 30 milhões em um ano. Segundo a polícia, o TCP desmonta mais de 80 veículos roubados por semana nas comunidades da Guacha, Gogó da Ema e Santa Tereza, em Belford Roxo, chefiadas por Genório Pereira Moreno, conhecido como Genaro. Ele é um dos procurados e já é considerado foragido da Justiça por outros crimes.
"O crime organizado como um todo vem criando cada vez mais meios de lavar o dinheiro em diversas formas, diversos ramos e levando muitos tipos de empreendimentos comerciais para dentro das comunidades com objetivo de tornar aquele dinheiro que tem uma origem ilícita com aparência de licitude", explicou o delegado titular da DRF, Moysés Santana.

O objetivo da ação é prender os envolvidos e esclarecer a rede de lavagem de dinheiro relacionada à comercialização das peças de veículos roubados e furtados, principalmente na Baixada Fluminense, mas também em todo território do Estado.
Agentes saíram para cumprir 4 mandados de prisão e 113 de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Criminal Especializada. Um dos endereços alvo de buscas era um depósito de bebidas em nome de Flávio Sobrinho de Moraes, o Binho, comerciante e pré-candidato a vereador em Belford Roxo.
Outros mandados foram cumpridos no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. Por conta da ação na comunidade, as clínicas da família Adib Jatene, Augusto Boal e Jeremias Moraes da Silva e o Centro Municipal de Saúde Vila do João suspenderam o funcionamento na manhã desta quinta (16).

As investigações apontam que os carros são desmontados e suas peças armazenadas em depósitos alugados em nomes de laranjas. Em seguida, as peças são enviadas para São Paulo por um homem, identificado como Robson Lopes Alves. De lá, elas são distribuídas para clientes de Goiás, Santa Catarina, Bahia, Minas Gerais e Alagoas, onde são comercializadas em ferros-velhos e lojas de autopeças, abastecendo o mercado clandestino. Robson foi preso em São Paulo.
"Genaro e Robson são os cabeças desse esquema dando suporte para os roubadores desses veículos quanto para o desmanche deles. Os dois criaram uma engrenagem de lavagem de dinheiro com utilização de diversas pessoas que residem nas comunidades. Esses moradores são usados como laranjas e não possuem lastro financeiro para estar movimentando essas quantias. Então, todo o processo passa pelo Genaro, que é sem dúvida o maior responsável pra essa lavagem de dinheiro", ressaltou Santana.
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