Funcionários em greve no Hospital Federal do AndaraíDivulgação/Sindsprev
Publicado 16/05/2024 13:33
Rio - Funcionários dos hospitais federais do Rio mantiveram a greve nesta quinta-feira (16) após uma série de reivindicações. Segundo os profissionais, a paralisação permanece por tempo indeterminado. Apesar disso, o Ministério da Saúde, através do Departamento de Gestão Hospitalar, orienta que seja mantido o funcionamento pleno dos serviços nas unidades de saúde para que não haja descontinuidade da assistência prestada à população.

Ainda nesta quinta (16) profissionais da saúde se reuniram em atos de manifestações em frente aos hospitais federais Cardoso Fontes, na Zona Oeste, Andaraí e Bonsucesso, na Zona Norte. A greve teve início nesta quarta (15) com a suspensão de atendimentos não emergenciais e cirurgias eletivas. A previsão é de que as unidades permaneçam funcionando com 30% do quadro de funcionários.
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Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social no Estado do Rio (Sindsprev/RJ)), os serviços também estão suspensos nos hospitais da Lagoa e Ipanema, na Zona Sul, e dos Servidores do Estado, na Saúde, no Centro. Os profissionais são contra a divisão da gestão das unidades entre a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o Grupo Hospitalar Conceição, o Governo do Estado e a Prefeitura do Rio, o que chamaram de "fatiamento".

Com a greve, o Ministério da Saúde se pronunciou e informou que recebeu os pleitos dos referidos sindicatos, "com os quais reforça o compromisso de manter o diálogo e se disponibiliza para ouvir todas as reivindicações da categoria, como tem realizado desde a instalação do Comitê Gestor".

Além disso, o órgão reforçou que vem atuando para reconstruir e fortalecer os hospitais federais no Rio. "Entre as medidas adotadas estão a instalação do Comitê Gestor, a convocação de mais de mil profissionais, e a prorrogação de mais de 1,7 mil contratos temporários; além da instalação de mesa de negociação para tratar das demandas das trabalhadoras e dos trabalhadores dos hospitais federais", acrescentou em comunicado.

No entanto, a nota não agradou a categoria, para a auxiliar de enfermagem e dirigente do Sindsprev, Chris Gerardo, a categoria está sendo "enrolada" e nenhuma decisão efetiva é tomada.

"Eles assinaram um acordo de greve em 04 de Dezembro de 2023, são nove meses em uma mesa de enrolação que não trouxe nenhum resultado objetivo. Temos uma perda de 49% de inflação, trabalhamos em desvio de função obrigatório, o que é proibido pelo STF, um profissional de enfermagem é contratado como um auxiliar para trabalhar como técnico e recebe o piso de auxiliar de enfermagem, um médico ganha menos da metade de um contratado. Temos mais de mil residentes, trabalhamos como preceptores e não recebemos nada por isso, somos a única carreira sem qualificação por especialização, é tudo uma pouca vergonha que eles não resolvem nunca", disse.

No geral, os servidores reivindicam ainda orçamento que dê condições aos hospitais de prestar atendimento à população e realização de concurso público para cobrir o déficit de pessoal, atualmente em torno de 60%, segundo o Sindsprev, bem como prorrogação de todos os Contratos Temporários da União (CTUs), até a realização de concurso. Os funcionários querem também a transferência para a carreira da Ciência e Tecnologia; o cumprimento do acordo de greve de 2023; pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo e do piso da enfermagem em valores integrais.

Apesar da paralisação, por ser um setor sensível, as unidades vão manter os serviços de hemodiálise, diálise, quimioterapia, oncologia, cirurgias oncológicas, trocas de sonda e curativos queimados, cirurgias e atendimentos de emergência e urgência, maternidade, atendimento a pacientes especiais, transplantes e ambulatório de TAP.
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