Marielle Franco foi eleita vereadora em 2016 pelo Psol e executada em 14 de março de 2018Reprodução / Redes Sociais
Publicado 27/05/2024 18:10
Rio - A filha de Marielle Franco, Luyara Franco, usou as redes sociais para comentar a delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, nesta segunda-feira (27). Condenado pela execução da vereadora e do motorista Anderson Gomes, o atirador revelou no seu depoimento que os irmãos Brazão, o ofereceram 10 milhões de dólares (R$ 50 milhões, em conversão) pela morte da parlamentar.
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"Com um grande sentimento de revolta, acompanhamos ontem a matéria no Fantástico que, ao expor detalhes da delação realizada por Ronnie Lessa, escancarou toda perversidade e brutalidade que envolve o crime político que, em 2018, interrompeu a vida da Marielle e do Anderson", disse Luyara.
A delação de Lessa foi exibida no Fantástico, da TV Globo. O ex-policial também confessa a execução da vereadora no dia 14 de março, em 2018, no bairro do Estácio, Zona Central do Rio.
"Segundo ela São 6 anos de dor e saudade! Ao lado da família, seguiremos firmes na busca por total elucidação deste crime brutal e por uma justiça que garanta a responsabilização de todos os envolvidos, assim como medidas de reparação para as famílias e de não repetição para que casos como esse não se repitam. Justiça por Marielle e Anderson", afirmou a filha da parlamentar. 
O tom de revolta também fez parte da mensagem publicada nas redes sociais pela companheira de Marielle Franco, Mônica Benício. Na postagem, a vereadora também comenta sobre como os valores serviram de base para o avanço da milícia de Jacarepaguá.
"Tudo o que Lessa diz está relacionado com o relatório da Polícia Federal e a denúncia do Ministério Público Federal. A novidade que o executor apresenta é que, de forma vil, ele anuncia que o assassinato da minha esposa Marielle Franco serviria como marco fundacional de um novo grupo miliciano em Jacarepaguá, que seria chefiado por ele, rendendo lucros que chegariam à casa dos R$ 100 milhões. Lessa chega a afirmar que ele não tinha sido chamado para um serviço, e sim convidado para uma sociedade com o clã Brazão, que aumentaria sua influência política naquele território", pontuou Benício. 
Milícia na Zona Oeste
De acordo com a delação de Lessa, a execução de Marielle foi um pedido dos irmãos que estavam incomodados com a atuação dela na Zona Oeste, onde o clã pretendia se estabelecer. O encontro derradeiro onde o crime foi costurado com os irmãos Brazão teria acontecido na Barra da Tijuca. 
"Lá foi feito a proposta, a Marielle foi colocada como uma pedra no caminho, porque ela tinha convocado uma reunião com várias lideranças, se não me engano, em Vargem Grande, para que não houvesse adesão de novos loteamentos na milícia. Então, o que foi passado foi o seguinte: A Marielle vai atrapalhar e nós vamos seguir isso aí, pra isso ela tem que sair do caminho", disse.
Na época, Lessa relatou que solicitou que os mandantes providenciassem a arma do crime e que de imediato pediu uma pistola, mas que o ex-pm Edimilson de Oliveira, o Macalé, o entregou uma submetralhadora. Posterior o crime, ele disse que a arma foi devolvida, mas que ele não concordou com isso, pois achava que ela deveria ter ido para o lixo.
Prisões
Lessa está preso desde março de 2018, um ano depois das mortes de Marielle e Anderson. A arma usada no crime nunca foi encontrada. Já o ex-PM Edimilson de Oliveira, o Macalé, foi assassinado em novembro de 2021.
Os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, e o delegado Rivaldo Barbosa foram presos em março deste ano. Já o delegado Giniton Lages, que ficou à frente do caso Marielle na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) logo no início das investigações, foi apenas um dos alvos de mandados de busca e apreensão no dia das prisões dos mandantes.
 
 
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