Ronnie Lessa fez as acusações durante delação premiadaReprodução
Publicado 28/05/2024 20:31 | Atualizado 28/05/2024 20:47
Rio - Ronnie Lessa, executor confesso da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, acusou o policial militar Ronald Paulo Alves Pereira de ser o empreiteiro da milícia do Rio. A fala do ex-PM aconteceu em deleção premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Lessa ainda afirmou que o major Ronald é o responsável por grande parte das construções irregulares de Jacarepaguá, na Zona Oeste.
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"O Ronald é um dos maiores construtores daquilo ali. Todos aqueles prédios de Rio das Pedras, Muzema, Tijuquinha, tem que passar pelo crivo do Ronald. O Ronald é o construtor. Eu não sei se existe, eu acredito que ele tenha um CNPJ, ou mais de um CNPJ, vinculada a essa atividade. Mas ele faz, é o Ronald", afirmou Lessa.
Segundo o ex-PM, o major seria o responsável por construir os condomínios Medellín 1 e 2, que eram uma das pretensões do grupo. "O Ronald estaria na incumbência de fazer a parte que ficaria pra eles, que é o Medellín 1, atrás do Haras. O nosso lá, se quiséssemos os serviços de pavimentação, de urbanização em geral, de esgoto, de tudo, seria com o Ronald, porém, teríamos que esperar ficar pronto o Medellín 1, os quinhentos lotes prontos lá, tudo calçado, iluminado, ruas prontas, calçadas prontas e loteadas pelo topógrafo, tá? Tudo isso aí não é uma coisa desorganizada", continuou.
Lessa também deu detalhes de como os milicianos conseguem invadir os terrenos e dar início as explorações comerciais. "Primeiro passo de uma grilagem: limpou o terreno, ninguém botou a cara? Tu continua. Aí começa a botar cerca de arame farpado. Isso é grilagem. Às vezes se maquia um documento, muitas vezes enterram os velhinhos que moram na terra, mata e enterra", contou.
Ronald não é alvo das investigações do caso Marielle pelos motivos citados por Lessa. Contudo, o major da PM foi investigado por monitorar os passos da vereadora na semana anterior ao crime. Ele já cumpre pena por quatro homicídios, ocultação de cadáver e foi um dos chefes da milícia na comunidade da Muzema.
A defesa de Ronald Paulo Alves Pereira, feita pelo escritório Igor de Carvalho, afirma que ainda não teve acesso ao inteiro teor das declarações do criminoso confesso Ronnie Lessa e, por isso, não pode emitir qualquer tipo de opinião. Apesar disto, defende que se trata de uma fábula criada por um sicário profissional para obter benefícios judiciais.
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