Patrícia Amieiro foi morta após seu carro ser alvo de disparos dados por policiais militaresReprodução
Publicado 11/06/2024 19:58
Rio - A Justiça do Rio marcou para o próximo 20, às 11h, um novo júri no caso de desaparecimento da engenheira Patrícia Amieiro. O crime completa 16 anos nesta sexta-feira (14), ainda sem respostas sobre o paradeiro do corpo da vítima. A engenheira voltava de uma festa na Zona Sul do Rio, em direção à Barra da Tijuca, quando teve seu carro atingido por disparos que partiram de policiais militares. 
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O novo júri foi marcado após o surgimento, em 2020, de mais uma testemunha do caso, um taxista. O motorista profissional afirmou ter visto o momento em que PMs dispararam contra o carro da engenheira e a retirada da jovem do veículo, ainda com vida.
A primeira data para a audiência estava marcada para apenas para o dia 24 de julho de 2025, mas a juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis, da 1ª Vara Criminal aceitou pedido da família para antecipação. Na demanda, os parentes relataram preocupação com o tempo de demora para a nova etapa do julgamento. 
São réus nessa nova etapa do júri, os PMs Marcos Paulo Nogueira Maranhão e Willian Luís Nascimento, que vão responder por tentativa de homicídio. Além deles, os policiais Márcio Oliveira dos Santos e Fábio Silveira Santana, serão julgados por fraude processual.

Marcos Paulo e Willian já haviam sido condenados em 2019, no primeiro julgamento do caso, pelo crime de fraude processual, mas inocentados das acusações de tentativa de homicídio. A pena deles foi de três anos e 60 dias de prisão pelos sete jurados que participaram do Conselho de Sentença do 1º Tribunal do Júri da Capital.
O caso

Patrícia Amieiro foi considerada desaparecida em junho de 2008, quando tinha 24 anos. Na ocasião, ela voltava de carro de uma festa no Morro da Urca, na Zona Sul do Rio. A engenheira seguia para casa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, quando, na saída do Túnel do Joa, o veículo dela teria sido confundido com o de um traficante e os PMs atiraram.

O automóvel foi encontrado a poucos metros de distância no Canal de Marapendi. Para o Ministério Público estadual (MPRJ), que acusa os PMs, o corpo da engenheira foi retirado do veículo, que foi jogado no canal pelos policiais para encobrir o crime. Ela foi declarada morta em 2011.

O caso foi tratado inicialmente como acidente de carro com desaparecimento do corpo, mas passou a ser visto como homicídio, após peritos encontrarem marcas de tiros no automóvel.
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