Os suspeitos foram presos no início da manhã desta quinta-feira (13)Reprodução
Publicado 13/06/2024 07:41
Rio - Quatro suspeitos foram presos, na manhã desta quinta-feira (13), durante uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público contra uma organização criminosa voltada para a prática de lavagem de dinheiro e fraudes bancárias em grande escala. Entre os acusados estão dois gerentes de um banco localizado em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, que teve prejuízo de R$ 8 milhões causados pelo grupo criminoso.

Na ação também foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão na Barra da Tijuca, Zona Oeste, e em Petrópolis, nas regiões de Itaipava, Corrêas e Nogueira. Em um dos endereços, os agentes localizaram carros de luxo e quatro motocicletas.
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Em um dos endereços, os agentes encontraram quatros motos em posse de um dos suspeitos - Divulgação
Em um dos endereços, os agentes encontraram quatros motos em posse de um dos suspeitosDivulgação


Ao todo, o Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco) denunciou à Justiça seis pessoas por estelionato, falsidade ideológica, lavagem de capitais e organização criminosa. Os crimes aconteceram entre os anos de 2019 e 2020.

A operação ocorreu através da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE). Segundo o MPRJ, os mandados da operação denominada “Shell Company” foram expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Especializada em Organizações Criminosas.

Durante as investigações, a Justiça determinou o bloqueio de bens e valores no montante de R$ 8 milhões em desfavor dos denunciados. A análise das quebras bancária e fiscal foi feita pelo Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) da Polícia Civil. A operação contou com o apoio de agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).

Grupo criminoso criou holding para lavagem de dinheiro

A investigação revelou que os recursos financeiros da organização criminosa foram canalizados para uma holding criada com o propósito de controlar 11 empresas fictícias, as quais foram utilizadas para lavagem de dinheiro. Os gerentes atestaram indevidamente fatos falsos como verdadeiros – documentação falsa e atividade empresarial supostamente desenvolvida – e abriram contas para as empresas de fachada. As contas foram utilizadas para respaldar empréstimos milionários e diversas vantagens junto à instituição financeira.

De acordo com o Gaeco, durante os anos de 2020 e 2022 os denunciados movimentaram aproximadamente R$ 500 milhões. A análise do fluxo financeiro indica que, além do banco prejudicado, outras instituições financeiras também foram alvo do mesmo grupo.

Shell Company significa companhia de fachada. É o termo em inglês para as empresas sem atividade verdadeira, sendo apenas uma ferramenta para esconder a verdadeira atividade (financeira ou ilícita mesmo) desempenhada.
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