Fachada da prefeitura de Arraial do Cabo, na Região dos LagosReprodução
Publicado 18/06/2024 11:11
Rio - O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil prenderam, na manhã desta terça-feira (18), o empresário Marcos Antônio Ferreira do Nazareth, o Marquinho de Nicomedes. Ele é o principal alvo da operação "Toque de Caixa", contra criminosos que, segundo a denúncia, desviaram mais de R$ 6 milhões da prefeitura de Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do estado. 
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Além do mandado de prisão contra o empresário há, ainda, oito mandados de busca e apreensão sendo cumpridos contra outros envolvidos no esquema. Ao todo, a divisão de combate ao crime organizado do MP, o Gaeco, denunciou 19 pessoas à justiça pelos crimes de falsidade ideológica, peculato, corrupção ativa e passiva, ordenação de despesa não autorizada, falso testemunho e lavagem de dinheiro.

Segundo o MPRJ, os alvos da operação "Toque de Caixa", que integram uma organização criminosa, roubaram o dinheiro a partir do pagamento de obras e serviços que não foram executados, entre 2018 e 2020.

Entre os denunciados estão o ex-vice prefeito de Arraial, Sérgio Lopes de Oliveira Carvalho, secretários das pastas de Saúde e Obras, servidores públicos de secretarias municipais, um engenheiro e um fiscal de obras, além do empresário preso.

Além de Arraial do Cabo, no Rio, os mandados, expedidos pelo Juízo da 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa, estão sendo cumpridos em Cabo Frio, também na Região dos Lagos, em Itaperuna, no Noroeste Fluminense, em Maricá, na Região Metropolitana e na capital, na Ilha do Governador. Um dos alvos também está localizado em Juiz de Fora, cidade de Minas Gerais.

Segundo as investigações do Gaeco, duas empresas de construção civil – M.A.F do Nazareth e a Atlantic – foram criadas exclusivamente para firmar contratos com a prefeitura para a realização de supostas obras nos postos de saúde da Figueira e de Hermes Barcellos.

Em 2020, o então prefeito de Arraial foi afastado do cargo em razão de uma medida judicial, o que possibilitou que um dos denunciados assumisse a posição e autorizasse a liberação dos pagamentos na última semana de mandato, como consta na denúncia do MP. Mais de 50% do valor da obra, equivalente a R$ 6.564.015,98 milhões, foi repassado nos últimos três meses daquele ano, e as intervenções não foram realizadas.

O dinheiro, ainda de acordo com as investigações, era depositado nas contas das empresas contratadas, pertencentes a um dos denunciados. Logo depois, os recursos eram distribuídos para conta de particulares, com objetivo de ocultar esconder o dinheiro e os destinatários finais. A apuração apontou que documentos referentes aos procedimentos licitatórios das empresas chegaram a desaparecer durante os processos administrativos.

Uma das empresas de fachada usadas no esquema pertence, segundo o MP, ao ex-sócio do traficante Ném, da Rocinha.
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