Operação Rael conta com apoio de agentes da 9ª DP (Catete)Reprodução/Google Maps
Publicado 20/06/2024 13:01
Rio - A Polícia Civil realiza uma operação, nesta quinta-feira (20), para desarticular uma quadrilha especializada em extorsões, feitas através do golpe do falso sequestro. A ação busca cumprir dez mandados de prisão e de busca e apreensão em Realengo, na Zona Oeste da capital, e em Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense. Até o momento, duas pessoas foram presas.
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De acordo com a Civil, a "Operação Rael" também tem alvos em Santa Maria, no Distrito Federal e em Florianópolis, Santa Catarina, uma vez que a rede criminosa tem diversos núcleos espalhados em outros estados do país. Um suspeito foi preso em Angra dos Reis e um outro investigado foi detido em flagrante, em Realengo, por porte ilegal de arma de fogo.
A investigação é conduzida pela Polícia Civil do Distrito Federal e conta com apoio da 9ª DP (Catete), 33ª DP (Realengo) e da 166ª DP (Angra dos Reis). 
A "Operação Rael" começou em outubro do ano passado, quando um idoso sofreu o golpe. Na ocasião, um integrante da quadrilha acabou sendo preso em flagrante, em Taguatinga, no Distrito Federal. Em depoimento, o bandido afirmou que só tinha contato com seus comparsas pela internet, uma vez que eles viviam em outros estados, e contou como cometiam os crimes.
A quadrilha é chefiada por três pessoas que possuem conhecimento em informática e utilizam dessa habilidade para esconder os rastros das extorsões. Os líderes eram responsáveis pela compra de dados de potenciais vítimas pela internet e, depois, repassavam essas informações para seus comparsas entrarem em contato com as mesmas.

As ligações eram feitas por presos, que cumprem regime semiaberto. Durante o golpe, as vítimas eram orientadas a colocarem cartões bancários e objetos de valor em sacolas. Os bens eram recolhidos por "entregadores" que faziam saques e transferências enquanto as vítimas eram mantidas na ligação, sob ameaça dos detentos.
O grupo criminoso contava com uma rede de "entregadores" nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre, Ceará, Bahia e Pernambuco.
Os objetos roubados eram enviados para uma agência dos Correios em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, onde eram recolhidos pelos líderes do grupo. A quadrilha possuía, ainda, uma espécie de manual de como excluir rastros deixados na internet.
De acordo com a Polícia Civil, o principal chefe do grupo, que não teve a identidade revelada, já havia sido preso em 2007, por extorquir vítimas de São Paulo. Desde então, se especializou nesse tipo de golpe.
Os autores dos golpes irão responder pelos crimes de extorsão, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Os alvos da operação também tiveram seus bens retidos pela Justiça. Segundo a Civil, os valores roubados pelo grupo serão repassado para as vítimas lesadas.
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