Publicado 30/06/2024 21:17 | Atualizado 30/06/2024 21:56
Carinho. Esta é a palavra que resume os quatro dias de ExpoRio Turismo, um dos maiores eventos dedicados ao setor no Estado do Rio de Janeiro, que ocupou o Complexo Lagoon até este domingo com o melhor do entretenimento, da gastronomia e do artesanato do Rio, além de palestras inspiradoras.
Carinho de cada produtor rural (de municípios das 12 regiões do estado) que esteve presente. Gente como Claudia Helena Duque Estrada, da Fazenda Boa Fé, localizada em Santa Maria Madalena, a 127 quilômetros da capital carioca. É lá que ela produz, por dia, 34 quilos de queijo - minas frescal, frescal temperado e curado - que podem levar até 25 dias para ficar prontos. A receita?
PublicidadeCarinho de cada produtor rural (de municípios das 12 regiões do estado) que esteve presente. Gente como Claudia Helena Duque Estrada, da Fazenda Boa Fé, localizada em Santa Maria Madalena, a 127 quilômetros da capital carioca. É lá que ela produz, por dia, 34 quilos de queijo - minas frescal, frescal temperado e curado - que podem levar até 25 dias para ficar prontos. A receita?
“Leite, fermento lácteo, cloreto de cálcio, coalho e muito amor envolvido, que é o principal ingrediente para ele ficar gosto assim”, contou ela, toda prosa.
O mesmo amor é empregado pelas responsáveis pela colheita do café Durini, da Fazenda Aliança, de Barra do Piraí, a 128 quilômetros da capital - uma colheita por ano, entre abril e agosto, toda feita por mulheres. Faz diferença! E foi comprovado.
“Quando a colheita era feita por homens, os baristas deram a nota 80 para considerar o nosso café especial. Depois que as mulheres assumiram, a nota subiu para 86. Tenho certeza de que o nosso cuidado, delicadeza e carinho com o café colaboraram”, disse Milena Nascimento, uma das responsáveis pelo café.
Carinho também transborda de cada artesão expositor, como a rendeira de bilro Eliane Guedes, de Cabo Frio, que dá a mesma atenção a cada um dos incontáveis pontos dos bordados que faz. Ela finalizava, em pleno saguão do pavilhão de artesanato, uma faixa de renda de bilro de 60 centímetros de comprimento por 5 centímetros de altura, que foi sua ocupação nos últimos dez dias.
“Participei das três edições da ExpoRio, que tem uma importância fundamental na divulgação do trabalho e do resgate da renda de bilro. Aqui, a gente tem visibilidade, troca informações com pessoas do mercado do turismo, com outros artesãos, com o poder público. Saio daqui com vontade de quero mais”, revelou ela.
Bem próximo ao pavilhão de artesanato estava o polo cervejeiro, que atraiu os olhares do casal Jomar e Christiane Silva, donos de uma choperia em Mangaratiba, a 105 quilômetros da capital carioca. A cervejaria artesanal Malteca, de Niterói, foi das que mais chamaram a atenção da dupla.
“Achei o polo cervejeiro do evento maravilhoso. Estamos acostumados com as grandes cervejarias e não com as cervejarias artesanais locais. E é bem importante fomentar o produtor local”, destacou Christiane.
Enquanto uns queriam agito, outros buscavam re-la-xar e desfrutavam do shiatsu gratuito oferecido no estande do Sesc na ExpoRio. A comerciante Sheila Ferreira, que veio de Três Rios, a 138 quilômetros do Rio de Janeiro exclusivamente para a conferência, comemorava ter conseguido fazer a massagem na edição deste ano.
“No ano passado eu não fiz porque a fila estava muito grande. Desta vez, eu vim focada e consegui”, celebrou, listando os destaques do evento para ela: “O Dinossauro (a réplica em tamanho real da Terra dos Dinos, em Miguel Pereira), um queijo de cabra que parece requeijão - o melhor que já comi - e a cachaça de cravo e canela que provei pela primeira vez (ambos da feira dos produtores rurais). É sempre uma experiência inesquecível vir à ExpoRio!”.
Participar do evento foi igualmente emocionante para quem ocupou o polo gastronômico com seus food trucks. Para o português Rui Teixeira, da Tasquinha do Portuga, que vende delícias portuguesas que são um passaporte imediato para Portugal, debutar na ExpoRio foi “uma oportunidade única”. Rui contou que, na pandemia, ele e a mulher e sócia Patrícia Teixeira perderam os dois restaurantes que tinham no Centro do Rio. E foram os eventos que os ajudaram a se reerguer.
“Esta foi a primeira oportunidade que tivemos de trabalhar para o governo do estado, num evento público, onde circula gente do mercado, pessoas de várias partes do Rio, de fora, e que tem um propósito tão bonito. Estar aqui é uma forma de agradecer a quem promove os eventos e à cidade de que tanto gostamos. Me sinto meio carioca, meio português, sou apaixonado pelo Rio”, confessou Rui, que tem 23 anos de praias cariocas.
O auditório também ficou cheio no último dia de palestras. O secretário nacional de Turismo Milton Zuanazzi, que participou do painel sobre turismo comunitário, destacou que “o turismo de base comunitária e o desenvolvimento de produtos locais não só atraem mais turistas como os fidelizam”.
“Eles vêm uma vez e querem voltar sempre, o que é muito importante para um turismo mais sólido e sustentável”, afirmou.
A ExpoRio Turismo é organizada pela Secretaria de Estado de Turismo (Setur-RJ) e pela TurisRio, com o apoio da Fecomércio RJ e parcerias institucionais do Sesc RJ e Senac RJ. Para o secretário de Estado de Turismo, Gustavo Tutuca, “a sensação é de dever cumprido”.
“Foram momentos incríveis, com os municípios podendo trocar experiências entre eles, expondo seus atrativos, artesãos criando rede de contatos, um público enorme. Este é mais um passo que damos para a consolidação do Rio de Janeiro como o principal destino turístico deste país”, frisou Tutuca, acrescentando: “O governador Cláudio Castro não tem medido esforços para investir no turismo, e isso faz com que colhamos os resultados que colhemos na ocupação hoteleira e no fluxo turístico aqui no Rio”.
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