Aline e Mayara Carvalho, parentes de Caio Rendão, jovem que desapareceu na Baixada Fluminense Renan Areias/Agência O DIA
Publicado 10/07/2024 11:11
Rio - Após denúncia de que o corpo de Caio da Silva Rendão, de 21 anos, seria enterrado como indivíduo não reconhecido, familiares estiveram no Instituto Médico Legal (IML) de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na manhã desta quarta-feira (10), em busca de respostas. Para a madrinha do jovem, Aline Carvalho, de 35 anos, a demora para o reconhecimento do corpo gera revolta, já que ossadas que seriam do afilhado foram encontradas no quintal de uma casa há um mês.
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Ao DIA, Aline informou que o sepultamento foi suspenso após pressão da família. Apesar disso, ainda não há resultado do exame pericial.

"O que a gente entendeu foi que a delegacia não pediu prioridade do caso. Aqui informaram que em 14 dias eles tem que entrar com pedido em cartório para fazer o enterro, porque eles não conseguem ficar com o corpo aqui e isso foi pedido, mas nada foi resolvido. Se a gente não tivesse vindo aqui ontem, ele iria ser enterrado como indigente, mas a gente moveu o mundo. Eu vou sair daqui e vou para delegacia pressionar eles, para eles ficarem em cima do caso", disse.

Segundo Aline, o mais difícil é explicar para uma mãe, que ainda espera pelo filho, que ele não vai mais voltar. Caio estava desaparecido desde o Carnaval e foi morto pelo melhor amigo, que confessou o crime.
De acordo com a Polícia Civil, Wesley de Souza, preso no dia 13 de junho, admitiu que a ossada encontrada é mesmo da vítima.

"O sentimento é de revolta, como a gente fala para uma mãe que procurou o filho por 4 meses, que o corpo foi enterrado como indigente? Sem uma oração, sem nada? Uma mãe que acredita que o filho vai voltar, é muito revoltante", lamentou.

Ainda no IML, a madrinha disse ainda que a família está perdida e sem saber o que fazer. "Aqui foi informado que tudo é protocolo e que tudo tem que passar para o delegado, mas quando a gente vai lá na delegacia, eles falam que a parte deles é só investigação e não remoção do corpo e aí a gente fica assim, de mãos atadas", disse.

De acordo com a Polícia Civil, a identificação será feita por meio de confronto genético. A amostra já foi colhida e encaminhada para o Instituto de Pesquisa Perícias Genética Forense, no Centro do Rio. Contudo, ainda conforme os investigadores, é um exame demorado e não há previsão para o resultado.

Em relação ao enterro como indivíduo não reconhecido, a medida segue um protocolo da instituição, mas, posteriormente, caso seja comprovada a identificação, isso será alterado e a família recebe uma certidão de óbito. No entanto, o órgão ainda apura se o sepultamento foi adiado ou se ainda acontecerá nesta quarta-feira (10).

Relembre o caso
Os restos mortais foram encontrados por um pedreiro, em um monte de areia utilizada para obras perto da casa de Wesley de Souza, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. De imediato, a família da vítima suspeitou de que o corpo poderia ser dele e desde então, aguardam o resultado da perícia

A investigação da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) revelou que Caio foi morto por causa de uma dívida. Na segunda-feira (10), Wesley tentou esconder os restos mortais do rapaz após um pedreiro encontrar os ossos, e foi impedido por vizinhos. Ele conseguiu fugir do local antes da chegada dos policiais.
Os agentes encontraram o acusado escondido na casa de parentes em Belford Roxo. Ele foi preso em flagrante por ocultação de cadáver e ainda será investigado por participação no homicídio. Segundo a delegacia especializada, a investigação está em andamento para prender outros possíveis envolvidos no crime.
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