Publicado 10/07/2024 13:27
Rio - Os dois policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Vidigal responsáveis pela abordagem considerada truculenta e racista a quatro adolescentes, filhos de diplomatas do Gabão e Burkina Faso, prestaram depoimento, na segunda-feira (8), à Corregedoria-Geral da Corporação. O caso aconteceu na noite do dia 3 de julho, em Ipanema, Zona Sul do Rio.
De acordo com comunicado da Polícia Militar, a investigação sobre a conduta dos agentes está em andamento e os dois são alvos de uma apuração interna. A corporação informou que colabora com a investigação da Polícia Civil.
PublicidadeDe acordo com comunicado da Polícia Militar, a investigação sobre a conduta dos agentes está em andamento e os dois são alvos de uma apuração interna. A corporação informou que colabora com a investigação da Polícia Civil.
Veja o vídeo:
Na sexta-feira passada (5), os embaixadores dos países africanos foram chamados ao Itamaraty, em Brasília, e receberam um pedido formal de desculpas do Governo brasileiro. Os diplomatas , que são pais de dois dos adolescentes envolvidos, também foram informados de que o caso passará por uma apuração rigorosa e responsabilização adequada dos policiais.
A investigação se iniciou após a divulgação de imagens de uma câmera de segurança que registrou o momento da abordagem, na Rua Prudente de Morais, em Ipanema. No registro, é possível ver os dois PMs saindo do carro com armas em punho apontadas para os menores.
Em seguida, eles iniciam a abordagem e mandam os jovens encostarem as mãos na parede. Os filhos dos diplomatas, que são negros, só foram liberados após um deles, que é brasileiro, dizer que os demais eram estrangeiros e que estavam no Rio a turismo. A mãe desse adolescente brasileiro foi quem compartilhou o incidente nas redes sociais.
"Não há dúvida: a abordagem foi racial e criminosa. Há anos frequentamos o Rio e nunca presenciei nada parecido no quadradinho privilegiado de Ipanema com meus filhos. É um lugar aparentemente seguro. Depende pra quem! Antes da viagem, fiz inúmeras recomendações, alertas e conselhos de mãe preocupada: 'Não ande com o celular na mão, cuidado com a mochila, não fiquem de bobeira sozinhos'. Pensei em diversas situações, mas jamais que a polícia seria a maior das ameaças", escreveu a mãe do adolescente, Rhaiana Rondon.
Na data da divulgação, a PM informou que os dois agentes usavam câmeras corporais e que as imagens seriam analisadas para constatar se houve algum excesso.
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