Publicado 17/07/2024 13:53
Rio - Os expositores da feira da Praça Heloneida Studart, no Leme, Zona Sul do Rio, estão desde maio sem conseguir trabalhar. Os feirantes dizem não entender porque a atividade, que ocorria há quatro anos aos sábados e domingos, deixou de conseguir o alvará para funcionar. A suspensão afeta as famílias de 40 trabalhadores, segundo a organização do evento.
"Vivemos e sobrevivemos disso, é desse lugar que temos a oportunidade de crescer e melhorar de vida e agora nos vemos desamparados, muitos tirando empréstimos, cartões de crédito estourados porque nos impediram de trabalhar", afirma a vendedora Ana Clara Mello.
Publicidade"Vivemos e sobrevivemos disso, é desse lugar que temos a oportunidade de crescer e melhorar de vida e agora nos vemos desamparados, muitos tirando empréstimos, cartões de crédito estourados porque nos impediram de trabalhar", afirma a vendedora Ana Clara Mello.
Dona de uma barraca de artesanato e acessórios feitos a partir de tecidos, Ana trabalhava no local havia um ano. "Desde que comecei a expor nesse lugar, minha vida financeira mudou bastante. Fiz feira pré-Natal, Ano novo, Carnaval, show da Madonna e de repente fomos pegos de surpresa que a feira não tem mais alvará", conta. A empreendedora acrescenta que os trabalhadores não foram informados do motivo da suspensão. "Outros expositores estão pelo Rio fazendo suas feiras enquanto a nossa foi barrada e pior, sem nos dar nenhum motivo plausível", complementa.
A organizadora Juliana Rodrigues foi com outros feirantes à subprefeitura da Zona Sul no dia 18 de junho, mas não obteve êxito. "Há muitos anos nunca tivemos um impedimento de exercer a atividade para gerar renda para as pessoas. A gente tem toda a documentação e em nenhum momento responderam a gente. É uma feira bem organizada e que caiu no gosto dos moradores, porque era em espaço abandonado", relata.
Geysa Gardênia trabalhava há três anos no local. É a primeira vez que a atividade foi suspensa no período, segundo a comerciante. Ela vendia lembranças do Rio com o marido e conta que o casal e a filha de 10 anos foram afetados com a interrupção. "Eu espero que Deus abençoe e que mandem a feira voltar. A consequência para minha família foi o acúmulo de muitas dívidas financeiras. Eu vivo da feira", declara.
Geysa Gardênia trabalhava há três anos no local. É a primeira vez que a atividade foi suspensa no período, segundo a comerciante. Ela vendia lembranças do Rio com o marido e conta que o casal e a filha de 10 anos foram afetados com a interrupção. "Eu espero que Deus abençoe e que mandem a feira voltar. A consequência para minha família foi o acúmulo de muitas dívidas financeiras. Eu vivo da feira", declara.
Os trabalhadores afirmam, ainda, que com a falta de justificativa, suspeitam que a reprovação tenha motivação eleitoral. "Achamos que foi por motivação política. Nós não temos a ver com candidatura de ninguém. Isso é um absurdo. Não tenho obrigação de votar em quem for, só preciso trabalhar. Eu e meus colegas", desabafa Geysa.
A Secretaria Municipal de Ordem Pública do Rio (Seop) explicou que a feira não está suspensa e que as concessões de licenças para a realização das feiras são pontuais e aprovadas ou reprovadas de acordo com o opinamento técnico de órgãos como as Subprefeituras, CET-Rio, Fundação Parque e Jardins, além de levar em consideração também reclamações do 1746 e as recebidas pelas subprefeituras. "Uma negativa para a realização de uma feira em um determinado local e data, não quer dizer que ela não possa voltar a ocorrer. As análises são feitas constantemente", completou a pasta.
Procurada, a Subprefeitura da Zona Sul, por sua vez, informou em nota enviada nesta quarta-feira (17) que optou pela não aprovação de nenhuma feira na praça, destacou que a atividade obteve autorização em todos os finais de semana do mês de abril e disse que recebeu reclamações de moradores por conta da ocupação do espaço.
A Secretaria Municipal de Ordem Pública do Rio (Seop) explicou que a feira não está suspensa e que as concessões de licenças para a realização das feiras são pontuais e aprovadas ou reprovadas de acordo com o opinamento técnico de órgãos como as Subprefeituras, CET-Rio, Fundação Parque e Jardins, além de levar em consideração também reclamações do 1746 e as recebidas pelas subprefeituras. "Uma negativa para a realização de uma feira em um determinado local e data, não quer dizer que ela não possa voltar a ocorrer. As análises são feitas constantemente", completou a pasta.
Procurada, a Subprefeitura da Zona Sul, por sua vez, informou em nota enviada nesta quarta-feira (17) que optou pela não aprovação de nenhuma feira na praça, destacou que a atividade obteve autorização em todos os finais de semana do mês de abril e disse que recebeu reclamações de moradores por conta da ocupação do espaço.
Confira a nota completa
"A Subprefeitura da Zona Sul esclarece que conforme resposta enviada pela SEOP, a feira não está suspensa. Informa que no mês de abril a subprefeitura identificou que a feira foi realizada em todos os fins de semana contrariando o Decreto Nº 50193 DE 15/02/2022 que versa: II - limitação de uma única autorização, em todo o município, em nome do mesmo organizador, a cada período de trinta dias. Além disso, cabe ressaltar que a prefeitura também recebeu reclamações através do canal 1746 alegando a ocupação constante da praça Heloneida Studart com a feira, aos fins de semana, impedindo que o espaço público seja utilizado pelos moradores. Dentre as denúncias também há reclamação referente a instalação de barracas nas calçadas, nas entradas dos edifícios, dificultando o acesso dos moradores. Desta forma a Subprefeitura da Zona Sul optou pela não aprovação de nenhuma feira na praça", finaliza o texto.
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