Em janeiro, Ramagem foi alvo de mandado de busca e apreensãoZeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Publicado 17/07/2024 22:10 | Atualizado 17/07/2024 22:42
Rio - O depoimento do deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) e pré-candidato à Prefeitura do Rio pelo PL, durou quase 7h na sede da Polícia Federal, no Centro do Rio, nesta quarta-feira (17). 
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Ramagem chegou à sede por volta das 15h30. Por volta das 21h50, o interrogatório chegou ao fim e ele deixou o prédio. Ao longo da semana, outras três pessoas também serão ouvidas como testemunhas e servidores da Abin.
O interrogatório faz parte das descobertas da Operação Última Milha, que investiga o monitoramento ilegal de opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A PF exigiu que Ramagem prestasse esclarecimentos sobre as provas coletadas pelos investigadores. Dentre elas está a gravação de uma reunião entre o deputado federal e o ex-presidente, onde foi discutido um plano para anular o inquérito das "rachadinhas", que mirou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
No áudio, Ramagem diz que "seria necessária a instauração de um procedimento administrativo contra os auditores da Receita, com o objetivo de anular a investigação, bem como a retirada de alguns auditores de seus respectivos cargos".
A PF investiga se a "Abin paralela" utilizou o software FirstMile para investigar ao menos quatro ministros do STF, quatro deputados federais, quatro senadores, um ex-governador, dois servidores do Ibama, três auditores da Receita e quatro jornalistas. A ferramenta é capaz de localizar aparelhos que usam as redes 2G, 3G e 4G.
É a segunda vez que Ramagem é interrogado pela PF neste ano. No fim de fevereiro, o deputado foi ouvido por falas contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino. As declarações, que estão mantidas sob sigilo, foram feitas quando Dino era ministro da Justiça no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
 
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