O cozinheiro Robson Silva do Nascimento segue internado na unidadeArquivo Pessoal
Publicado 22/07/2024 21:58 | Atualizado 23/07/2024 10:30
Rio - O cozinheiro Robson Silva do Nascimento, 53 anos, denuncia que contraiu uma bactéria durante um procedimento cirúrgico para colocar uma prótese de quadril no lugar no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Caju, Zona Portuária do Rio. Segundo as acusações, Robson está há quase um ano com secreções na cicatriz da cirurgia. Ele informou que, nesse tempo, já foram feitas cinco intervenções para identificar o problema e uma sexta está prevista para acontecer em breve. 
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Morador de São Gonçalo, na Região Metropolitana, o paciente sofreu um acidente de moto há 20 anos e precisou fazer uma cirurgia no quadril, onde foi implantada uma prótese. Em setembro do ano passado, o molde saiu do lugar e Robson foi parar na emergência do Hospital Estadual Alberto Torres, no Colubandê, onde ficou internado por 10 dias. Segundo o cozinheiro, enquanto aguardava, os médicos decidiram encaminhá-lo para o Into, local em que faz tratamento desde o acidente, para fazer uma cirurgia.
"A prótese soltou comigo dormindo. Como eu era paciente do Into e tinha prontuário aqui, fui encaminhado para fazer a cirurgia em setembro. Operei e depois, devido ao hospital estar cheio de bactéria, eu peguei. Tive também um problema de sangramento, eles não descobriram o que era. Foram fazendo uma cirurgia atrás da outra, eu fiz cinco cirurgias", detalha. 
No dia 15 de maio, quando o Instituto fez a quinta cirurgia, Robson conta que os médicos descobriram qual era a bactéria e começaram o tratamento com antibiótico. Conforme o cozinheiro, o médico havia informado que ele precisaria ficar 90 dias tomando a medicação.
"Os pontos foram se fechando, a ferida foi cicatrizando. Ai, com 40 dias, cortaram meu antibiótico e a ferida não fechou, ficou um buraquinho. Agora, eles querem me operar de novo, me rasgar todo de novo, para poder trocar o material da prótese, que eles falaram que está infeccionado", diz.
Sem a medicação, o corte cirúrgico na perna do paciente segue dolorido e com secreção. Por esse motivo, ele continua internado na unidade, tomando remédios para dor. Contudo, a instituição avalia mandá-lo para casa enquanto aguarda a chegada da nova prótese para dar seguimento a cirurgia, conforme a denúncia.
"Estou aqui aguardando e eles não resolvem minha situação. Eles arrancaram o antibiótico e não falaram o motivo, não deixaram concluir e não combateu a infecção toda. Querem rasgar minha perna de novo e estou com medo de pegar uma bactéria nova", finaliza. 
O que dizem os responsáveis? 
A direção do Hospital Estadual Alberto Torres informou que, em agosto do ano passado, o paciente Robson Nascimento foi atendido na emergência da unidade relatando dor na perna. Ele foi submetido a exames e avaliado pelo cirurgião vascular. Em seguida, o paciente relatou dor no quadril e informou que havia realizado uma cirurgia em 2011.

Segundo o Heat, o paciente foi estabilizado e transferido para o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), unidade que realizou a cirurgia no ano de 2011 e que é especializada em revisão de artroplastia (prótese) de quadril.
Procurado, o Into informou que o paciente desenvolveu uma lesão óssea femoral severa devido a um processo de osteólise cuja causa é rara e ainda não foi determinada.
"O paciente passou ainda por sangramento considerável de origem indefinida e de difícil controle clínico ou cirúrgico. O tratamento com antibiótico foi administrado como medida para mitigar possíveis complicações, considerando a complexidade do caso, mas precisou ser suspenso, temporariamente, para investigar a possibilidade de outras infecções que possam estar contribuindo para o quadro clínico do paciente. Este procedimento está sendo realizado com o máximo cuidado e rigor clínico", diz a nota. 
O Instituto reforçou que Robson está recebendo total assistência por parte da equipe médica. 
 
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