Menino chegou a ser socorrido e encaminhado para a UPA de Saquarema, mas não resistiuReprodução / Arquivo Pessoal
Publicado 08/08/2024 22:19
Rio - O menino Theo Kaio Braga Lopes, de 3 anos, morto pela própria mãe em Saquarema, foi enterrado, na tarde desta quinta-feira (8), no Cemitério de Sampaio Corrêa, na Região dos Lagos do Rio. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a morte aconteceu por asfixia mecânica. Ana Clara Santos, de 26 anos, foi presa em flagrante depois que confessou o crime em uma postagem nas redes sociais.
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O caso aconteceu nesta quarta-feira (7) na Rua Dário Carlos, no bairro Jardim. Depois do crime, Ana postou no Facebook dizendo: "Eu matei meu filho, mandem uma viatura". Uma das linhas de investigação da 124ª DP (Saquarema) é a possibilidade da mãe ter sofrido algum surto psicótico grave, que teria sido o gatilho para cometer o crime.
A mensagem foi recebida com incredulidade pelos amigos e familiares que a acompanhavam nas redes. Em entrevista ao O DIA, a autônoma Larissa Teixeira, de 26 anos, afirmou que era amiga de Ana Clara e que, na última sexta-feira (2), trocou mensagens com ela, mas que a jovem não parecia estar bem psicologicamente.
"A gente era amiga, a conversa que tivemos foi meio conturbadora, ela nitidamente não estava bem, mas nunca demostrou agressividade com o filho, sempre foi uma ótima mãe. Eu ainda não consigo acreditar nisso, muito assustador", relatou a jovem.
Larissa contou que, durante a conversa, Ana Clara falou que toda sua família conspirava contra ela e que estava muito cansada. Disse, ainda, que iria "dar um jeito" na vida dela. "Eu achei que ela iria entregar o filho para o pai porque ela disse pra mim que queria fazer isso, mas não foi o que aconteceu", contou.
Kelly Lopes, tia do menino, disse ao O DIA que ainda não consegue acreditar no que aconteceu. Segundo o relato, a família paterna está sem chão e muito abalada. "Ela matou o meu sobrinho justamente numa data próximo ao dia dos pais, próximo ao aniversário da minha mãe e da irmã dele. A gente sempre pediu a guarda dele, dávamos o suporte no que ele precisava, mas ela não deixava ninguém da família ter contato. Para encontrar, tinha que ser nas condições dela e da forma que ela queria. A única ajuda que ela aceitava era financeira", explicou a irmã do pai da criança.
Para a família paterna, Theo era vítima de maus-tratos e, de acordo com os parentes, Ana Clara premeditou o crime. "Ela já estava planejando tudo porque no último mês ela voltou a ter contato com a minha mãe e mandava vídeos dele. Ela também chamou o avô materno para conhecer o menino, que nunca tinha visto ele. Ela fez isso para a família ter os últimos contatos antes dela cometer essa tragédia", desabafou.
Kelly destacou que a família esteve no Instituto Médico Legal (IML) de Cabo Frio para liberação do corpo e o resultado do exame pericial constatou que a causa da morte foi asfixia mecânica. "Ela sufocou ele, provavelmente com um travesseiro", relatou.
O caso foi registrado na 124ª DP (Saquarema) e a mulher foi presa em flagrante por homicídio.
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