Caio da Silva Rendão, de 21 anos, foi morto e enterrado em um canteiro de obrasReprodução
Publicado 16/08/2024 18:06 | Atualizado 20/08/2024 15:11
Rio - Wesley Alves da Silva de Souza, de 21 anos, suspeito de matar e ocultar o corpo do melhor amigo, Caio da Silva Rendão, 21, foi solto após as autoridades não representarem a denúncia do crime. A ossada da vítima foi encontrada no quintal de uma residência em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, no dia 10 de junho.
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Wesley havia sido preso, temporariamente, no dia 13 de junho, em Belford Roxo, escondido na casa de familiares. Na ocasião, ele chegou a admitir o crime aos agentes da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense. O pedido de prisão foi estendido por mais um mês, no decorrer das investigações. No entanto, o prazo chegou ao fim na terça-feira (13). O DIA checou que não havia mais movimentações no processo desde então. 
"Ele foi solto, não foi renovado o pedido de prisão. Ele não ficou preso nem o tempo em que o Caio ficou desaparecido. Isso é muito revoltante!", desabafou a corretora de imóveis Karen Cunha, 30, prima da vítima.
Segundo a Polícia Civil, o inquérito foi concluído e enviado ao Ministério Público. A 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada dos Núcleos de Duque de Caxias e Nova Iguaçu informou que o investigado foi solto pois o prazo de prisão temporária expirou antes de as investigações terem sido concluídas pela polícia e remetidas ao MPRJ. Eles informaram que a denúncia foi feita nesta segunda-feira (19), por homicídio duplamente qualificado.
Relembre o crime
Wesley de Souza foi acusado de ocultar corpo de Caio, que estava desaparecido desde fevereiro. De acordo com a Polícia Civil, ele também é suspeito de participação no homicídio e admitiu que a ossada encontrada no último dia 10 em um canteiro de obras é mesmo da vítima. Exames realizados pelo Instituto de Pesquisa Perícias Genética Forense, no Centro do Rio, também comprovaram que era o jovem.
A investigação da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) revelou que Caio foi morto por causa de uma dívida. No dia 10 de junho, Wesley tentou fugir com os restos mortais do rapaz após um pedreiro encontrar os ossos, e foi impedido por vizinhos. De mãos vazias, ele conseguiu escapar do local antes da chegada dos policiais, mas foi preso três dias depois.
De imediato, a família da vítima suspeitou de que o corpo, em estado avançado de decomposição, poderia ser de Caio. Desde então, aguardavam angustiados o resultado da perícia.
Corpo de Caio ia ser enterrado como indivíduo não reconhecido
No dia 9 de julho, a família de Caio enfrentou uma luta quando o Instituto Médico Legal de Duque de Caxias informar que os restos mortais seriam enterrados como indivíduo não reconhecido. Após a pressão da família, o sepultamento foi suspenso.
"O que a gente entendeu foi que a delegacia não pediu prioridade do caso. Aqui informaram que em 14 dias eles tem que entrar com pedido em cartório para fazer o enterro, porque eles não conseguem ficar com o corpo aqui e isso foi pedido, mas nada foi resolvido. Se a gente não tivesse vindo aqui ontem, ele iria ser enterrado como indigente, mas a gente moveu o mundo. Eu vou sair daqui e vou para delegacia pressionar eles, para eles ficarem em cima do caso", disse a madrinha do jovem, Aline Carvalho, na época.
O sepultamento de Caio aconteceu no dia 28 de julho, às 11h, no Cemitério Israelita de Vila Rosali, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
Mensagens enviadas durante o desaparecimento
Na época do crime, Karen contou que, no Carnaval, a mãe de Caio recebeu mensagens enviadas do celular dele, primeiro avisando que ele estava na Penha, Zona Norte, e em outro momento, em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos.
Outras mensagens também solicitaram que a matriarca entregasse o videogame dele e duas camisas do Flamengo para uns amigos, que iriam na casa dele buscar. Um desses amigos era o Wesley.
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