exandre Ramagem (PL) é o quarto entrevistado da 6ª edição do Movimento Rio em FrenteEduardo Uzal / Divulgação / Agência O Dia
Publicado 28/08/2024 18:15
Rio - O candidato do Partido Liberal (PL) à Prefeitura do Rio, Alexandre Ramagem, encerrou o segundo dia da 6ª edição do 'Movimento Rio em Frente', que foi aberto pela candidata do Partido Novo, Carol Sponza. A série de entrevistas com os candidatos a prefeito da capital carioca apresentada pela Fecomércio-RJ, com realização dos jornais O DIA e MEIA HORA, em parceria com o SBT e Veja Rio, acontece até sexta-feira (30) no auditório da entidade, no Flamengo, Zona Sul.
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O candidato falou sobre algumas de suas propostas para a cidade com a apresentadora Isabele Benito, âncora do SBT Rio. Um dos seus principais pilares é a integração entre modais de transporte como metrô, barcas, BRT, VLT, ônibus e ônibus intermunicipais, para que os passageiros paguem um único bilhete. E também armar a guarda municipal e integrá-la à Polícia Militar.
Confira abaixo os principais trechos da conversa, que foi transmitida ao vivo pelas plataformas digitais do DIA, como YouTube e Facebook, e também pelo SBT News.
O senhor quer transformar o sistema de saúde do Rio de Janeiro em um modelo de eficiência e humanização. Uma de suas propostas no plano de governo é otimizar a gestão dos leitos, diminuindo o tempo de internação desnecessárias. Para o senhor, o que se enquadraria como internação desnecessária?
Alexandre Ramagem - Não é tirar a pessoa que está doente do leito hospitalar. Mas não há acompanhamento devido. É preciso verificar o diagnóstico e o tempo de internação necessário, para que haja atendimento para todos pelo tempo que for necessário. E o atual prefeito do Rio de Janeiro age de forma muito isolada das demais cidades, do estado e da União. O paciente de saúde não quer saber se o hospital é municipal, estadual ou federal, tem que haver integração de filas. Senão, o paciente não é chamado nunca. A prefeitura não faz mapeamento dos hospitais estaduais, federais, universitários, militares, quer trabalhar sozinha. A prioridade tem que ser a atenção básica e as policlínicas, com médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e seis agentes comunitários de saúde, para fazer um diagnóstico preliminar. E a telemedicina como um auxílio a mais para os atendimentos. Na questão das Organizações Sociais da Saúde (OSS), sou a favor do privado auxiliando o público, mas tem que ter transparência. Não está no site da prefeitura a listagem das OSS, é em um site à parte. É feito para não ter o devido controle. Servidores com menos tempo de serviço estão ganhando três vezes mais do que um médico concursado, tem algumas discrepâncias. Servidor público tem que ser bem tratado e reconhecido.
Na educação, um dos seus planos de governo é criar um programa para facilitar o acesso à creche, tendo em vista que 17 mil crianças não conseguiram vagas. Se o senhor for eleito, como pretende fazer isso?
Alexandre Ramagem - São cinco modais diferentes na educação, desde a creche até o projeto para jovens e adultos que saíram da escola, os supletivos. Todos têm problemas estruturais que podem ser resolvidos com planejamento e organização. Verificamos a falta de professores no ensino fundamental 1, falta de infraestrutura. Vamos convocar os professores concursados. No ensino fundamental 2, é onde se tem a evasão escolar, como consequência do que é feito para maquiar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Cerca de 50% dos alunos chegam ao 3º ano do ensino fundamental 1 sem serem alfabetizados. Está acontecendo uma aprovação automática velada. Se você está aprovando automaticamente, este aluno não está aprendendo, e tem o seu psicológico afetado. Quando ele chega no ensino fundamental 2, sai da escola, ou para trabalhar ou para ir para o crime, infelizmente. Esta é a forma como é tratada a educação no Rio de Janeiro. Não como investimento, mas como despesa. Acho importante uma parceria com o privado para auxiliar na gestão pública na parte administrativa e na cobrança por melhores infraestruturas nas escolas. E incentivar o turno integral. Há muita mãe solo aqui no Rio. Creches e escolas não podem ir até 12h30 ou 14h30. Temos que colocar o ensino integral maior, até 17h30, com todas as refeições. Ensino tem que ser investimento.

Assim como você, outros candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro têm falado sobre armar a Guarda Municipal. Uma de suas propostas é integrar as Forças de Segurança e a Guarda Municipal. O que o leva a acreditar que isso poderia resolver em parte o problema da criminalidade?
Alexandre Ramagem - Eduardo Paes sempre colocou a segurança pública na mão do estado. O prefeito tem que colocar a segurança em primeiro plano, com os outros entes, governos estadual e federal. Quando um prefeito de Nova York (Rudolph Giuliani, à frente do cargo de 1994 a 2001) assumiu a segurança pública, a realidade mudou. Quantas pessoas estão na total desesperança no Rio de Janeiro? A guarda municipal é um operativo de segurança pública, meu entendimento é armar os agentes. A guarda tem que estar armada para ser complementar à Polícia Militar. Meu maior programa de segurança é o fuzil zero. Se tivermos uma guarda que esteja nas escolas municipais, mas unidades de saúde municipais e nos meios de transporte municipais já é meio caminho andado. E precisamos ter cidades inteligentes, com câmeras inteligentes. Hoje a prefeitura tem cerca de 900 câmeras, que só servem para multar a população. Tínhamos que ter ao menos 3 mil câmeras só na escolas públicas. A inteligência artificial num local público verifica comportamentos. Temos que ter esse controle.
Um dos grandes problemas do Rio de Janeiro é o transporte urbano. A população da cidade aumenta a cada ano e isso obriga os governantes a pensarem em soluções concretas e rápidas para minimizar os problemas. Quais são os seus projetos voltados para o transporte nos diferentes modais já existentes?
Alexandre Ramagem - O transporte público sofre reajuste e não melhora. Houve a meta de se colocar ar condicionado nos ônibus que não se cumpriu. O atual prefeito não trabalha com parcerias, pensa no Rio de Janeiro isolado. Temos dois bilhetes únicos, o que é uma incoerência gravíssima. O BRT não conversa com as barcas, com o trem, com o metrô, com O VLT e com os ônibus interestaduais. É preciso fazer uma parceria com o governo estadual para que os passageiros paguem um bilhete só. E os ônibus desapareceram da Zona Oeste e, na Zona Sul, há muitos ônibus carregando pouca gente. O município paga as empresas de ônibus e não tem controle da distribuição dos ônibus, é uma verdadeira caixa-preta.
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