Publicado 02/09/2024 10:04 | Atualizado 02/09/2024 21:51
Rio - A ex-chefe da Delegacia de Atendimento à Mulher de Volta Redonda, Juliana Domingues, denunciou ter sofrido agressões do ex-marido, o tenente-coronel da PM Carlos Eduardo da Costa. Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, neste domingo (1ª), a delegada explicou que os episódios frequentes de violência ocorreram entre 2021 e 2022.
Publicidade"Por muitas vezes eu apanhava de cinto. Por várias vezes ele também me fazia contar as cintadas. Uma vez ele me bateu na frente do meu filho, me deu um tapa no rosto. Na época dos fatos, eu era delegada da Delegacia de Atendimento à Mulher. Isso me fez pensar muito. Antes, eu tinha vergonha, porque como isso foi acontecer comigo?", disse.
Ainda segundo Juliana, as agressões físicas e psicológicas começaram já na lua de mel e se estenderam por ciúme excessivo. "Principalmente quando eu tirava plantão, eu tinha que ficar com a localização em tempo real ligada. Porque ele dizia que eu não estava trabalhando, que eu estava na rua aprontando, e eu trabalhando. Eu tinha que falar pra ele todos os meus passos", explicou.
Os atos de violência, de acordo com a vítima, ficavam cada vez mais frequentes. "Ele falava pra mim, por várias vezes que ele me agrediu: 'Eu bato na delegada da Deam. E o que você vai fazer?'", relatou.
Além disso, a delegada contou que chegou a ser estuprada pelo ex-marido momentos antes do casal sair para ir ao teatro com amigos. "Ele me levou para o nosso quarto, e ali ele me estuprou. Ele fez sexo comigo contra a minha vontade. E eu chorei muito. E eu pedi para ele parar. E óbvio que ele não parou. E ele, quando terminou, virou para mim e falou: ‘E agora você vai tomar seu banho? Porque o teatro é às 4 horas da tarde.
Três dias depois, Juliana denunciou o caso e passou por dois exames de corpo de delito. O relatório apontou um hematoma na região malar, ou seja, na maçã esquerda do rosto, um segundo hematoma no glúteo e uma escoriação compatível com unhadas.
"Enfrentei toda minha vergonha, na qualidade de delegada que trabalha com isso, de expor como eu estou expondo que fui vítima disso. Quando eu comecei a ver que o que estava acontecendo comigo estava atingindo os meus filhos, isso me tocou muito", contou.
Ainda segundo o "Fantástico", em agosto do ano passado, Carlos Eduardo foi denunciado pelo Ministério Público do Rio por dois estupros contra Juliana, por lesão corporal e violência psicológica. A Justiça aceitou a denúncia, e a primeira audiência está marcada para este mês.
"Eu acho importante dividir a minha história, justamente porque eu sei que, infelizmente, muitas mulheres estão passando pelo que eu passei, com medo e vergonha. Eu quero dizer pra elas que elas não se sintam assim. Que existe ajuda, rede de apoio, e que elas têm que ter força de vontade para sair dessa situação", concluiu.
Atualmente, o militar é coordenador de segurança do Tribunal Regional Federal do Rio (TRF2). Procurado, o órgão não se pronunciou. A Polícia Militar informou que a sindicância instaurada pela SEPM está sobrestada aguardando decisão do processo judicial.
Três dias depois, Juliana denunciou o caso e passou por dois exames de corpo de delito. O relatório apontou um hematoma na região malar, ou seja, na maçã esquerda do rosto, um segundo hematoma no glúteo e uma escoriação compatível com unhadas.
"Enfrentei toda minha vergonha, na qualidade de delegada que trabalha com isso, de expor como eu estou expondo que fui vítima disso. Quando eu comecei a ver que o que estava acontecendo comigo estava atingindo os meus filhos, isso me tocou muito", contou.
Ainda segundo o "Fantástico", em agosto do ano passado, Carlos Eduardo foi denunciado pelo Ministério Público do Rio por dois estupros contra Juliana, por lesão corporal e violência psicológica. A Justiça aceitou a denúncia, e a primeira audiência está marcada para este mês.
"Eu acho importante dividir a minha história, justamente porque eu sei que, infelizmente, muitas mulheres estão passando pelo que eu passei, com medo e vergonha. Eu quero dizer pra elas que elas não se sintam assim. Que existe ajuda, rede de apoio, e que elas têm que ter força de vontade para sair dessa situação", concluiu.
Atualmente, o militar é coordenador de segurança do Tribunal Regional Federal do Rio (TRF2). Procurado, o órgão não se pronunciou. A Polícia Militar informou que a sindicância instaurada pela SEPM está sobrestada aguardando decisão do processo judicial.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Carlos Eduardo. O espaço está aberto para manifestações.
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