Grupo atuava mais nas eleições municipais de São João de MeritiDivulgação / Polícia Federal
Publicado 12/09/2024 08:56
Rio - A Polícia Federal realizou uma operação, nesta quinta-feira (12), contra uma quadrilha especializada em propagar fake news sobre candidatos em, pelo menos, três eleições municipais. De acordo com as investigações, o grupo atua desde 2016 em mais de 10 cidades do RJ. A ação foi realizada na capital e na Baixada Fluminense. Todos os quatro alvos foram presos.
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Segundo a PF, agentes saíram para cumprir quatro mandados de prisão e 15 de busca e apreensão. Além disso, foi determinado o bloqueio judicial de bens dos investigados, que somam R$ 1 milhão para cada alvo. Ao todo, os policiais apreenderam três veículos de luxo blindados, celulares, eletrônicos, além de R$ 188 mil.
De acordo com as investigações da polícia, os líderes da organização criminosa já chegaram a ocupar cargos públicos em diversas cidades do RJ. Segundo a PF, a quadrilha desenvolveu um esquema baseado na contratação de pessoas com o intuito de influenciar no processo eleitoral.
A corporação afirma que os contratados circulavam diariamente pelo município alvo, se infiltrando em locais cheios, como pontos de ônibus, padarias, filas de bancos, bares e mercados, espalhando informações falsas sobre um determinado candidato ao cargo de prefeito, com o objetivo de beneficiar o político para o qual o serviço criminoso foi contratado. O grupo fazia relatórios diários das atividades, especificando a quantidade de pessoas abordadas, números de votantes e o total de eleitores convertidos para o tal candidato beneficiário do esquema. A quadrilha concentrava a atuação em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

A PF descobriu, ainda, que os contratados que propagavam as fake news recebiam R$ 2 mil por mês, e que os coordenadores do esquema recebiam R$ 5 mil, além de serem contratados pela prefeitura. Segundo as investigações, nos anos eleitorais, quando o plano entrava em vigor, os coordenadores eram exonerados de seus cargos e substituídos por “laranjas”. 

Os integrantes da quadrilha são investigados por organização criminosa, desvio de funcionários públicos para a atuação no grupo criminoso, utilização de “laranjas” para burlar incompatibilidades com o exercício da função pública, lavagem de dinheiro, constrangimento ilegal de servidores (assédio eleitoral), bem como os tipos penais ligados à difusão de notícias falsas e/ou desinformação, previstos no Código Eleitoral.

A investigação foi conduzida pela Divisão de Repressão a Crimes Eleitorais (DRCE) e pela Delegacia de Direitos Humanos e Defesa Institucional (DELINST) da PF no Rio de Janeiro, contando ainda com o apoio do Ministério Público Eleitoral.
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