Publicado 15/09/2024 16:50
Rio - Com o tema "Para Ecoar Nossa Voz", a Marcha Trans e Travesti aconteceu neste domingo (15), nos Arcos da Lapa, no Centro do Rio. O evento buscou dar visibilidade e promover a equidade dos direitos da população trans e travesti, além de conscientizar sobre a importância da manutenção da saúde mental.
PublicidadeA primeira Marcha Trans da história ocorreu na capital fluminense nos anos 90, e hoje a primeira agenda Trans foi lançada no mesmo local. O objetivo foi chamar a atenção para a necessidade urgente de políticas públicas inclusivas que garantam os direitos fundamentais.
O evento contou com uma roda de samba conduzida por pessoas trans, discursos de líderes da comunidade e uma feira de oportunidades de emprego focada no público LGBTQIAPN+. "Ter todas essas manifestações artísticas de pessoas trans e travestis no coração do Rio, junto com o lançamento de uma agenda para exigir das candidaturas comprometimento com a sobrevivência e o bem-estar da nossa população, é um momento marcante," afirmou Gab Van, coordenador geral do evento.
"É ver nossa cultura e nossos corpos em protagonismo e visibilidade. São conquistas possíveis por causa daqueles e daquelas que vieram antes e das muitas que se sacrificaram para termos o direito de sermos quem somos", acrescentou.
David Gomes, escritor e ator de 26 anos, que se autodeclara transmasculino não-binário, ressaltou a importância do evento. "É um evento que contribui para a visibilidade e fortalecimento da comunidade à qual faço parte, além de favorecer a implementação do conhecimento de políticas públicas para a população trans e reforçar os direitos."
Ele também destacou as falas de Dani Balbi, a primeira transexual a exercer mandato na Assembleia Legislativa do Rio. "Ela nos apresentou a cartilha de direitos das pessoas trans com os firmamentos e propostas para a população", destacou.
Para Giovanni Oliveira, de 24 anos, que se autodeclara homem trans negro e cientista social, a programação do evento foi notável. "Eu destaco o acesso a políticas públicas nas tendas de atendimento, em uma construção que leva política através da arte e da cultura. Isso deixa explícita a potência da nossa comunidade para ecoar nossas vozes para além das vulnerabilidades sociais que, infelizmente, nossos corpos enfrentam, sobretudo para pessoas trans negras", disse.
Reportagem da estagiária Mariana Salazar, sob supervisão de Thiago Antunes
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