Publicado 19/09/2024 09:08
Rio - A Polícia Civil e o Ministério Público realizam uma operação nesta quinta-feira (19) contra uma quadrilha de estelionatários especializada em golpes contra idosos. Segundo investigações, o grupo costumava receber o dinheiro através da apresentação de folhas de cheque clonadas com assinaturas falsificadas na "boca do caixa" de bancos. Os criminosos já deram um prejuízo de cerca de R$ 150 mil às vítimas.
PublicidadeNa ação, agentes da 77ªDP (Icaraí) e do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumprem oito mandados de prisão contra pessoas denunciadas pelos crimes de associação criminosa e estelionato. As investigações foram realizadas pela 15ª Delegacia de Acervo Cartorário (Deac).
Segundo o MPRJ, até o momento, uma pessoa foi presa. O órgão destacou que "os mandados continuarão sendo cumpridos, sendo a captura questão de tempo e oportunidade".
Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal de Niterói e estão sendo cumpridos no Rio Comprido, Rocinha, Barra da Tijuca, Itanhangá e Caju. Ao todo, o Gaeco denunciou à Justiça 16 pessoas. Todos os alvos de mandado de prisão possuem anotação criminal pela prática de crimes patrimoniais. A ação conjunta conta com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha.
O golpe
Segundo a Polícia Civil, os estelionatários obtinham acesso, por meio de fraude, aos dados pessoais e bancários das vítimas, e a partir de tais informações, ligavam, como se fossem funcionários de bancos e mandavam os idosos rasgarem as folhas de cheques sob a alegação de que haviam sido clonados.
Com esses cheques clonados, eles realizavam saques e depósitos diretamente no caixa dos bancos, debitando os valores das contas das vítimas. A denúncia aponta que eles cometeram o crime 32 vezes, contra sete idosos.
Ainda segundo a denúncia do MPRJ, para garantir o sucesso do golpe, os criminosos "sequestravam" a linha telefônica dos alvos do golpe, e solicitavam à operadora um novo chip em nome das vítimas, usando documentos falsos.
Com o chip em mãos, conseguiam bloquear qualquer tentativa de contato das mesmas com o banco. Quando um funcionário da agência ligava para a vítima para confirmar o pagamento do cheque, a ligação era desviada para a linha que estava sob o controle do grupo criminoso, a fim de que fosse autorizada a compensação dos cheques pelos próprios criminosos, garantindo, assim, o saque do dinheiro.
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