Publicado 26/09/2024 09:39
Rio - O Ministério Público (MPRJ) realizou uma operação, nesta quinta-feira (26), para cumprir 37 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a 17 policiais militares, dentre eles um coronel, suspeitos de envolvimento com a milícia da Zona Oeste. Na ação, um agente foi preso em flagrante por posse de munição raspada e foram encontrados R$ 40 mil em espécie na residência de um dos alvos, além de anotações que indicam possível envolvimento em esquemas de recebimento de propinas. A Corregedoria também apreendeu duas pistolas, calibres .40 e 380, como parte das investigações.
PublicidadeDe acordo com a denúncia do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (Gaeco), os PMs trabalhavam como informantes de um grupo criminoso que atua na comunidade Bateau Mouche, na Praça Seca, em Jacarepaguá.
Ainda segundo as investigações, que contaram com informações e relatórios de análise produzidos pela Subsecretaria de Inteligência (Ssinte), os denunciados forneciam à milícia da Zona Oeste informações privilegiadas sobre operações, negociavam a venda de armas e munições, e atuavam como motoristas dos milicianos nos deslocamentos entre comunidades do Bateau Mouche, Barão, São José Operário, Campinho, Fubá, Chacrinha e Quiririm.
Os mandados foram cumpridos nos endereços dos denunciados, bem como nos batalhões em que os PMs estão lotados atualmente: Departamento Geral do Pessoal (Centro), Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Centro), 41° BPM (Colégio), 40º BPM (Campo Grande), 9º BPM 2ª CIA (Honório Gurgel), 5º BPM (Gamboa), 18º BPM (Freguesia), 15º BPM (Duque de Caxias), 18º BPM (Freguesia), 20º BPM (Mesquita), Batalhão de Polícia de Choque (Centro) e Diretoria de Licitações e Projetos (Centro)
A pedido do Gaeco, o Juízo da Auditoria da Justiça Militar determinou a suspensão integral do exercício da função pública dos denunciados, a suspensão do porte de armas de fogo, entre outras medidas cautelares.
Na ação penal, o MPRJ aponta diálogos em que milicianos indicam aos policiais os locais exatos para incursões, detalhando os trajetos com pontos de referência para evitar erros na comunidade. Em outra conversa, um policial militar informa que haverá “treino em outro ambiente”, em referência a não haver operação policial nas áreas de atuação da milícia, complementando que quando houver operação informará um dia antes. A operação mencionada foi coordenada pelo 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM).
A ação é parte da segunda fase da operação Naufrágio e conta com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da Polícia Civil.
Ainda segundo as investigações, que contaram com informações e relatórios de análise produzidos pela Subsecretaria de Inteligência (Ssinte), os denunciados forneciam à milícia da Zona Oeste informações privilegiadas sobre operações, negociavam a venda de armas e munições, e atuavam como motoristas dos milicianos nos deslocamentos entre comunidades do Bateau Mouche, Barão, São José Operário, Campinho, Fubá, Chacrinha e Quiririm.
Os mandados foram cumpridos nos endereços dos denunciados, bem como nos batalhões em que os PMs estão lotados atualmente: Departamento Geral do Pessoal (Centro), Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Centro), 41° BPM (Colégio), 40º BPM (Campo Grande), 9º BPM 2ª CIA (Honório Gurgel), 5º BPM (Gamboa), 18º BPM (Freguesia), 15º BPM (Duque de Caxias), 18º BPM (Freguesia), 20º BPM (Mesquita), Batalhão de Polícia de Choque (Centro) e Diretoria de Licitações e Projetos (Centro)
A pedido do Gaeco, o Juízo da Auditoria da Justiça Militar determinou a suspensão integral do exercício da função pública dos denunciados, a suspensão do porte de armas de fogo, entre outras medidas cautelares.
Na ação penal, o MPRJ aponta diálogos em que milicianos indicam aos policiais os locais exatos para incursões, detalhando os trajetos com pontos de referência para evitar erros na comunidade. Em outra conversa, um policial militar informa que haverá “treino em outro ambiente”, em referência a não haver operação policial nas áreas de atuação da milícia, complementando que quando houver operação informará um dia antes. A operação mencionada foi coordenada pelo 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM).
A ação é parte da segunda fase da operação Naufrágio e conta com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da Polícia Civil.
Procurada, a PM informou que a Corregedoria Geral da corporação está apoiando e colaborando com a operação do Ministério Público.
Promotora explica ligação dos PMs com a milícia
Segundo a promotora do MPRJ, Tatiana Kaziris, todos os PMs estavam na ativa e na época das investigações trabalhavam na Zona Oeste, onde estão as áreas de atuação da milícia.
"Eles passavam informações privilegiadas que obtinham em razão da função, como datas de operações, e também obedeciam ordem dos milicianos que determinavam os locais onde eles deveriam atuar ou não para combater grupos rivais. Até como motoristas eles atuavam, levando as lideranças de um lado para o outro com escolta armada, sendo pagos", explicou.
Tatiana contou ainda que em alguns casos os agentes entravam ostensivamente nas comunidades como se uma operação fosse determinada, quando, na verdade, o intuito era atender os interesses dos criminosos. "Inclusive, muitas vezes eles faziam apreensões de armamento rival e depois passavam esse armamento mediante pagamento aos milicianos", disse.
Para a promotora, o vínculo dos policiais militares denunciados com as lideranças da milícia era muito próximo. "Era muito íntimo, as lideranças muitas vezes pediam para que um determinado policial pudesse fazer determinado ‘bonde’. Ele era solicitado e muita das vezes era oferecido pelo policial se eles precisavam de alguma escolta, para fornecer ao próprio miliciano uma segurança nas áreas conflagradas que ainda não eram de domínio total da milícia", relatou.
Ao longo das investigações foi descoberto também que a segurança era feita entre outros municípios do Rio e da Baixada, para reuniões de cúpula com outros criminosos.
"A partir de agora eles são réus no processo criminal, o Ministério Público determinou a suspensão das funções e do porte de armas. Nos batalhões nada de muito relevante foi encontrado além do que normalmente se encontra. O MPRJ espera que após a fase probatória eles sejam condenados aos crimes ali indicados como associação criminosa, corrupção e fornecimento de informação privilegiada", finalizou.
Segundo a promotora do MPRJ, Tatiana Kaziris, todos os PMs estavam na ativa e na época das investigações trabalhavam na Zona Oeste, onde estão as áreas de atuação da milícia.
"Eles passavam informações privilegiadas que obtinham em razão da função, como datas de operações, e também obedeciam ordem dos milicianos que determinavam os locais onde eles deveriam atuar ou não para combater grupos rivais. Até como motoristas eles atuavam, levando as lideranças de um lado para o outro com escolta armada, sendo pagos", explicou.
Tatiana contou ainda que em alguns casos os agentes entravam ostensivamente nas comunidades como se uma operação fosse determinada, quando, na verdade, o intuito era atender os interesses dos criminosos. "Inclusive, muitas vezes eles faziam apreensões de armamento rival e depois passavam esse armamento mediante pagamento aos milicianos", disse.
Para a promotora, o vínculo dos policiais militares denunciados com as lideranças da milícia era muito próximo. "Era muito íntimo, as lideranças muitas vezes pediam para que um determinado policial pudesse fazer determinado ‘bonde’. Ele era solicitado e muita das vezes era oferecido pelo policial se eles precisavam de alguma escolta, para fornecer ao próprio miliciano uma segurança nas áreas conflagradas que ainda não eram de domínio total da milícia", relatou.
Ao longo das investigações foi descoberto também que a segurança era feita entre outros municípios do Rio e da Baixada, para reuniões de cúpula com outros criminosos.
"A partir de agora eles são réus no processo criminal, o Ministério Público determinou a suspensão das funções e do porte de armas. Nos batalhões nada de muito relevante foi encontrado além do que normalmente se encontra. O MPRJ espera que após a fase probatória eles sejam condenados aos crimes ali indicados como associação criminosa, corrupção e fornecimento de informação privilegiada", finalizou.
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