Publicado 01/10/2024 12:29
Rio - A Praia de Botafogo, localizada na Zona Sul do Rio, é a quarta com a maior concentração de microplásticos do Brasil. A pesquisa "Raio-X dos resíduos na costa brasileira", realizada pela ONG Sea Shepherd Brasil, em parceria com o Instituto Oceanográfico da USP, identificou a presença de 55 partículas por metro quadrado na área.
PublicidadeO estudo analisou 306 praias e apenas em 10 não foram encontrados microplásticos. Entre elas, estão a Farol de São Tomé, localizada em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, e a Praia das Pedrinhas, em São Gonçalo, Região Metropolitana, que também é banhada pela Baía de Guanabara, assim como a de Botafogo. Além disso, Campos está entre as cidades onde não foram registradas nenhuma presença dos pequenos resíduos.
De acordo com o texto do relatório, os pesquisadores realizaram a coleta em 12 quadrados de 0,25 m² espalhados pelas respectivas áreas de estudo, com o uso de peneiras de malhas específicas e água. Depois, em laboratórios, os resíduos de microplásticos foram organizados por cor, forma e tamanho, para que seja possível identificar a origem deles. Ao todo, foram contabilizados 16 mil.
"Ao analisarmos a presença de macroplásticos nas praias, como garrafas e sacolas, observamos que, em geral, também encontramos mais microplásticos nestes locais", comenta o relatório. As partículas derivadas dos resíduos considerados maiores são identificadas como fragmentos, e 72% dos microplásticos encontrados nas praias foram classificados desta forma.
Entre o restante analisado pelos pesquisadores, 13% vem do isopor, associados a embalagens descartáveis, 10% de pellets, amplamente utilizados nas áreas de manufatura ou transporte industrial, 2% de filmes e 1,5% de filamentos.
O estudo ressalta que a poluição por microplásticos é uma preocupação crescente em razão da quantidade de prejuízos causados à vida marinha. Muitas substâncias contaminantes estão presentes nestes resíduos, como o BPA, um tipo de bisfenol, que causa problemas na capacidade de fertilização dos peixes e é cancerígeno.
O estudo ressalta que a poluição por microplásticos é uma preocupação crescente em razão da quantidade de prejuízos causados à vida marinha. Muitas substâncias contaminantes estão presentes nestes resíduos, como o BPA, um tipo de bisfenol, que causa problemas na capacidade de fertilização dos peixes e é cancerígeno.
O relatório também menciona o microplástico derivado de filtros de cigarro como um dos mais prejudiciais: "Eles demoram décadas para se decompor, e, durante o processo, liberam microplásticos e mais de 250 substâncias químicas tóxicas, incluindo carcinogênicos, contaminando solos e águas. Um único filtro de cigarro pode poluir até 1.000 litros de água. Mesmo em pequenas quantidades, esses resíduos podem ser letais para a vida marinha, afetando peixes e outros organismos aquáticos".
Além dos microplásticos, os pesquisadores encontraram algum tipo de resíduo em todas as 306 praias analisadas. Foram contabilizados 72 mil macrorresíduos.
Além dos microplásticos, os pesquisadores encontraram algum tipo de resíduo em todas as 306 praias analisadas. Foram contabilizados 72 mil macrorresíduos.
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