Publicado 10/10/2024 12:57
Rio - Uma mãe denuncia que o filho foi agredido pelo pai de um colega, dentro de um colégio onde estudam, no bairro da Abolição, na Zona Norte do Rio. O caso aconteceu na última terça-feira (8), quando o homem enforcou M.M., de 5 anos, após saber que os meninos haviam se machucado dentro do parquinho da instituição.
PublicidadeDe acordo com a profissional de Educação Física, Giselle Costa, a agressão aconteceu no horário de saída dos alunos do Colégio Ary Quintella, por volta das 17h. Ela conta que as professoras relataram ao homem que o filho dele e M.M haviam se chocado no parquinho, porque estavam correndo. Um machucou o nariz e o outro o queixo, mas foram ferimentos leves e os funcionários colocaram gelo para aliviar. Ao saber do incidente, o agressor partiu para cima da vítima.
"Com o filho no colo, induziu a criança a falar que o meu filho tinha dado um soco nele, estava transtornado e foi pra cima do meu filho, que estava sentado na cadeirinha no parquinho. Ele pegou meu filho pelo pescoço e juntou a cabeça com a dele, apertou o pescoço dele e ficou ameaçando. Meu filho me relatou que ele tentava falar, mas que não conseguia, porque quando tentava, ele apertava mais", relatou Giselle. Em uma rede social, ela publicou um desabafo, em que afirmou estar há dois dias sem dormir. Confira abaixo.
As professoras conseguiram parar o homem, o puxando pela camisa, e chamaram ajuda de outros funcionários para afastá-lo do menino. Entretanto, Giselle diz que a Polícia Militar não foi acionada e o pai do outro aluno foi embora. A agressão foi registrada pelas câmeras de segurança do colégio, que teriam sido disponibilizadas para as investigações da Polícia Civil. "Sabe na hora do nervoso, que você fica em choque e não consegue falar muito? Foi como eu fiquei", desabafou a mãe da vítima.
Depois de deixar a escola, seguiram para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Engenho de Dentro, na Zona Norte, porque ele se queixou de dores no pescoço. Apesar do enforcamento, a criança não ficou com marcas das agressões. Giselle conta que conhece o homem, já que a família esteve na festa de aniversário do menino, bem como ela e o filho foram à comemoração da outra criança. Ela desconfia que o crime pode ter sido motivado por homofobia, já que a vítima tem duas mães e que responsáveis teriam relatado que o pai havia se queixado com uma professora sobre o filho abraçar demais outros meninos.
Desde o episódio, a criança ainda não conseguiu voltar a escola e pergunta com frequência se o agressor foi preso. A mãe procurou uma delegacia para prestar queixa sobre o caso. "M. está medicado, está bem aparentemente, mas a todo momento pergunta se o cara já foi preso. Desde o ocorrido, não foi a escola, preferi deixar que ele decidisse esse momento", disse Giselle, que assistiu às imagens do enforcamento do filho e pediu por justiça.
"Meu sentimento hoje como mãe é de medo, aflição, me senti inútil de não estar presente nesse momento em que meu filho precisou de mim. Estou fraca por mim e forte por ele, por justiça. Estou arrasada e indignada, com coração partido de ter visto o vídeo e ver meu filho abaixando a cabeça certamente em prantos, sem saber o que estava acontecendo. Estou com um buraco no peito".
Em nota, a Polícia Civil informou que o caso foi registrado na 24ª DP (Piedade) e que a vítima foi encaminhada para fazer exame de corpo de delito. A distrital vai ouvir testemunhas e demais investigações serão realizadas para esclarecer os fatos. A reportagem de O DIA tenta contato com o Colégio Ary Quintella. O espaço está aberto para manifestação.
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